A nossa Europa está mal na fotografia. Esperávamos (muito) mais de uma potência económica com quinhentos milhões de cidadãos. Não há vacinas. Os líderes europeus garantiram que ia haver vacinas de acordo com um plano que nos vendeu. Assumiu as negociações com as farmacêuticas, para todos os estados-membros. Falhou. Culpa dos laboratórios que não cumpriram os contratos? Há quem diga que estes não foram bem feitos, no sentido de garantir que iam ser cumpridos. Azar? Não. Incapacidade. Ou incompetência.
Na Inglaterra há um alívio por já não pertencerem à União. Estão a ser um exemplo na gestão da vacinação. Nos Estados Unidos a vacinação vai bem. Nós, europeus, estamos em lista de espera. Com vergonhosos números na vacinação.
Há momentos críticos que são uma oportunidade para afirmar a competência e a liderança. Oportunidade e também um teste. A Eurolândia tinha (infelizmente) a oportunidade de mostrar a todos que valia a pena sermos liderados pelo projeto europeu. Falhou.
Portugal tinha conseguido negociar melhor? Provavelmente não. Temos que reconhecer que somos um país com uma fraca economia e com reduzida capacidade de negociação. Mas, é precisamente por isso que acreditamos no projeto europeu.
Sou um europeista convicto e estou envergonhado. “Vendo” a UE e, agora, tenho que reconhecer que o projeto europeu não afirmou capacidade nem competência para nos liderar. Estamos a perder a guerra contra o temível vírus. Por falta de vacinas. Que “os outros” tem. A União Europeia vai ter que fazer muito para que voltemos a confiar na capacidade de nos liderar.
EDUARDO COSTA, jornalista, presidente da Associação Nacional da ImprensaRegional
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A União Europeia vai ter que fazer muito para que voltemos a confiar na capacidade de nos liderar.
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