sábado, 13 de março de 2021

Trio Odemira: Morreu Júlio Costa, aos 85 anos, cinco dias depois do irmão Carlos

No espaço de cinco dias, morreram dois dos fundadores "de um dos mais longevos e sem dúvida profícuos grupos da história da música portuguesa", referiu o ator Paulo Vasco.

O músico Júlio Costa, 85 anos, do Trio Odemira, morreu esta sexta-feira, disse à agência Lusa o ator Paulo Vasco.

"O músico Júlio Costa morreu hoje, aos 85 anos, cinco dias depois do seu irmão Carlos. Desaparecem assim, num curto espaço de tempo, os elementos fundadores de um dos mais longevos e sem dúvida profícuos grupos da história da música portuguesa", disse Paulo Vasco.

O Trio Odemira contava mais de 60 anos de carreira. Formou-se em 1958 e protagonizou êxitos como "Ana Maria" e "Anel de Noivado", tendo sido o primeiro a gravar em disco temas populares alentejanos, à exceção dos grupos corais, segundo a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, que dá como exemplo o 'single' "Rio Mira", de 1958.

Esta enciclopédia indica que o repertório do trio inclui várias canções espanholas e sul-americanas, algumas gravadas em português, temas tradicionais da Beira Baixa e do Alentejo, e versões de canções gravadas por Tony de Matos (1924-1989), Amália Rodrigues (1920-1999) e Max (1918-1980).

O grupo, segundo a enciclopédia, detém recordes de vendas como um Disco de Platina (mais de 140 mil exemplares) e seis Discos de Ouro (mais de 40 mil exemplares, cada).

Em 2019, o trio celebou os 60 anos de carreira, com uma atuação no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. Em setembro de 2016, foi distinguido com Prémio de Mérito e Excelência Cidade de Moura, na área da Música.

Em 2005, o trio editou o álbum "Portugal Latino", em que interpreta temas portugueses e latino-americanos, na linha que sempre marcou o grupo.

No álbum, editado pela Ovação, o trio recupera alguns temas que foram êxitos como "As minhas mãos nas tuas", "Ala vara del camino" ou "Anel de noivado".

Lusa

Júlio Costa, à esquerda na foto, morreu esta sexta-feira, cinco dias depois do irmão Carlos (ao centro).

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