O Professor Doutor Linhares Furtado visitou na passada quarta-feira, dia 12 de maio, as instalações do futuro MACC – Museu de Arte e Colecionismo, que se encontra na fase final da sua conclusão. Nesta visita de cortesia, Pedro Cardoso, vice-presidente da Câmara Municipal, esteve ainda acompanhado por Cândido Ferreira, principal doador do acervo da futura unidade museológica, por José Ferrão, médico e doador de uma coleção de afiadeiras ao museu, e de Cidalino Madaleno, escritor de Febres.
A visita teve por objetivo dar a conhecer a narrativa museográfica prevista para este equipamento cultural, construída a partir da inter-relação entre as diferentes coleções agrupadas em sete grandes áreas de colecionismo, designadamente pintura, mobiliário e artes decorativas portuguesas, arqueologia de todas as civilizações, artesanato do mundo, história do dinheiro, história postal, temas de bibliografia e afins e colecionismo dito popular.
Uma das salas será dedicada ao médico, escritor e benemérito Cândido Ferreira, que tomou a iniciativa de convidar alguns dos seus colegas e amigos de profissão que se dedicam igualmente às artes plásticas, a exporem uma obra sua nesta sala, a qual designa por “ala dos médicos”.
O vice-presidente da autarquia cantanhedense, Pedro Cardoso, a propósito da visita salientou “o orgulho na visita de uma das mais prestigiadas figuras nacionais da medicina, uma referência também em termos de arte” sublinhando ainda a “importância do Museu de Arte e Colecionismo, equipamento de cariz museológico, científico, cultural, educativo e lúdico, que irá tornar Cantanhede num centro de excelência, uma verdadeira referência nacional e internacional nos estudos sobre o colecionismo” O autarca destacou a relevância “deste espaço cultural como elemento determinante no reforço da atratividade da cidade, do concelho e da região”.
Após a visita, o Professor Linhares Furtado elogiou “os espaços maravilhosos que acolherão este futuro museu, com fantásticas condições. Tudo o que tive oportunidade de ver, valoriza este edifício extraordinariamente. Aqui estão reunidas todas as condições necessárias para se constituir um museu moderno, ainda que seja um museu de todos os tempos, como todos os museus o são”. Em função desta visita, o médico especialista e colecionador irá selecionar criteriosamente a obra que o fará representar no Museu da Arte e do Colecionismo.
O Cândido Ferreira manifestou mais uma vez a enorme satisfação com “a obra que está em curso e a excelência que o espaço oferece”, nomeadamente pela “forma como as instalações estão concebidas e organizadas fazem jus à importância das coleções, criando numerosas estratégias que permitem dá-las a conhecer de forma inovadora ao grande público”. O médico regozijou-se por contribuir “para o desenvolvimento do meu concelho natal, permitindo um aumento da auto estima e da qualidade de vida das futuras gerações”, concluiu.
Para além do convite efetuado ao Prof. Linhares Furtado para estar representado na designada “ala dos médicos”, Cândido Ferreira convidou igualmente outros médicos ligados à sua vida profissional ou pessoal, entre os quais se contam o Prof. Doutor Dinis Freitas, a Dra. Conceição Couceiro e o oftalmologista Dr. António Travassos.
Sobre Alexandre José Linhares Furtado
Alexandre José Linhares Furtado fez toda a sua preparação e carreira profissional, académica e clínica na Faculdade de Medicina (FMUC) e nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), servindo ambas as instituições durante 45 anos – desde a sua licenciatura (1958) até à sua jubilação em 2003, como Professor Catedrático de Cirurgia e de Urologia e Diretor de Serviço.
Desde 1968 exerceu clínica privada em várias instituições de saúde privadas e, desde 1999, exclusivamente no Centro Cirúrgico de Coimbra.
No início da sua carreira, de 1958 a 1963, dedicou-se inteiramente à prática médica e cirúrgica nos HUC e a importante trabalho experimental (na FMUC), acumulando experiência profunda e muito diversificada nos mais variados territórios da “Cirurgia Geral”, então área muito vasta, abrangendo múltiplas facetas que progressivamente se autonomizaram como novas especialidades.
Nos HUC constituiu e chefiou equipas médicas e cirúrgicas entusiásticas, com as quais foi possível dar início, no nosso país, a todos os tipos de colheitas e de transplantações de rim, fígado e intestino, devendo-se-lhe ainda algumas inovações a nível internacional nessas matérias. (ver livro “Transplantação de órgãos abdominais em Coimbra).
Possui um vasto curriculum em matéria de publicações, de conferências e de demonstrações cirúrgicas, relacionadas com as múltiplas atividades em que se foi envolvendo, ao longo da sua profissional.
Na sua carreira profissional fez tudo o que se poderia fazer na área da transplantação de órgãos abdominais e alguns nunca mais se repetiram.
Foi agraciado com a Ordem do Infante e a Grã Cruz da Ordem de Cristo, entre outros reconhecimentos.
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