Os Caminhos do Cinema Português, em conjunto com o Centro de Estudos Cinematográficos e o Fila K Cineclube, apresentam esta quarta-feira o início da atividade da Casa do Cinema de Coimbra. Até ao final de Junho serão projectadas mais de 20 sessões de cinema.
A constituição de uma Casa do Cinema em Coimbra propõe-se a criar na Região de Coimbra um ponto de encontro da cinefilia e dos seus promotores, contribuindo para a coesão na região na promoção da cultura cinematográfica ao receber na sua sala os vários agentes que trabalham na promoção da sétima arte. Esta casa torna-se igualmente premente na perspectiva de preservação e promoção do património cultural. O Cinema Avenida foi um dos primeiros recintos do país a receber o cinema como forma artística, sendo, durante muitas décadas, um dos principais ecrãs do país.
Sendo um projecto de colectivos - promotores e diálogos - não se pode deixar de acompanhar a tendência mundial de promoção e retoma da actividade cinematográfica em recintos especializados e tradicionais, onde é possível promover um relacionamento mais próximo da arte cinematográfica com a comunidade envolvente. Contudo, as grandes decisões sobre a preservação destes espaços vai para além da vontade dos promotores envolvidos neste projecto, merecendo um grande envolvimento de entidades autárquicas e do governo central.
Constituir uma Casa do Cinema em Coimbra é, de igual forma, importante considerando vários vetores da políticas culturais e da preservação de património, permitindo a reabilitação do único cinema de bairro que ainda existe na região de Coimbra. Um espaço que em consórcio tem a capacidade de receber no imediato exibições de cinema digital, estando apto a integrar a Rede Nacional de Cine-Teatros. Sabendo-se destas características e valências, esta casa pode ser ainda um espaço de programação laboratorial em articulação com os estabelecimentos de ensino e universitários, promovendo ciclos temáticos com fins pedagógicos. Acresce ainda o seu potencial de coesão territorial e social, ao ser capaz de promover a exibição de filmes de património em parceria com a Cinemateca Portuguesa, que recentemente anunciou um enorme esforço na digitalização do acervo em depósito no Arquivo Nacional da Imagem em Movimento.
Neste espaço procura-se encontrar não só uma conciliação entre a oferta programática das associações residentes, mas também com os demais espaços de exibição da região, nomeadamente o Teatro Académico de Gil Vicente e o Auditório Salgado Zenha. Essa articulação promoverá na região uma promoção regular e concertada de cinema numa oferta de qualidade, bem como estimula o desenvolvimento de um cluster cinematográfico nas suas várias vertentes: exibição, exposição, formação e debate - tanto especializado como entre públicos e criadores.
Nesta casa promover-se-á um cinema livre e desinteressado, trabalhando de forma continuada na formação de públicos e no acesso a oportunidades culturais únicas num espaço habitado na memória colectiva. Será um espaço onde o espectador de cinema se encontra em casa.
Olhando ao sentido de promoção de comunidades na Casa do Cinema de Coimbra, os ingressos para as sessões de cinema diferenciam positivamente os sócios das associações promotoras face ao público.
Aos associados da Caminhos do Cinema Português é garantido o livre-trânsito em todas as sessões, enquanto que os associados do CEC e do Fila K têm entrada livre somente nas sessões promovidas pelo respectivo cineclube, tendo acesso a um preço reduzido no acesso às demais sessões promovidas na Casa do Cinema de Coimbra. Essas condições especiais aplicam-se também aos cineclubistas de outras regiões, desempregados, estudantes ou profissionais do espetáculo.
Ao público será possível a aquisição de: bilhetes pontuais - 4€; 10 bilhetes - 20€; e, o livre-trânsito mensal - 30€.
O programa até ao final de Junho é constituído por 7 ciclos, exibindo 25 filmes de curta e longa-metragem. Neste início de actividade a programação da “Casa do Cinema de Coimbra” oferece uma viagem por várias cidades, reunindo universos distintos. Passa por aqui o ciclo Mimesis, dedicado ao Teatro e Artes Performativas, reunindo quatro filmes portugueses, de épocas distintas, baseados em peças teatrais. Há ainda espaço para o cinema infantil todos os 3.º Sábados de cada mês, a triologia absurda de Roy Andersson, o ciclo de cinema clássico “a vida é um jogo” e por fim a promoção do ciclo “cinema queer e a fuga ao estereótipo", onde se destaca a filmografia de Óscar Alves.
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