A Câmara Municipal da Marinha Grande realizou mais um trabalho de arte urbana, desta vez na parede de um prédio, situado na Avenida dos Pescadores, na Praia da Vieira, da autoria do artista Bruno Gaspar.
De acordo com as palavras da Presidente da Câmara, Cidália Ferreira, "com esta obra a Câmara Municipal da Marinha Grande volta a usar a arte urbana para manter viva a memória coletiva do nosso povo, neste caso da linda e histórica praia da Vieira com todo o sofrimento associado ao braço de ferro entre o mar e os homens lutadores da arte xávega."
Esta pintura resulta da Candidatura Região de Leiria Rede Cultural e consistiu na realização de uma obra artística na Praia da Vieira, um mural de arte urbana de grandes dimensões, que visa homenagear os aspetos significativos da identidade deste aglomerado urbano turístico, designadamente a arte xávega, a cultura avieira e o pinhal.
Estes foram durante décadas os meios de sustento de uma população pobre e sofrida que tinha nos recursos naturais locais, a base da sua sobrevivência familiar. Pretende-se que esta parede testemunhe o reconhecimento pela vida e trabalho de gerações que deram origem à Praia da Vieira tal como a conhecemos hoje.
A Arte Urbana constitui nos últimos anos uma fonte de atração turística um pouco por todo o mundo e também em Portugal, onde se têm multiplicado as intervenções com artistas portugueses e internacionais. Da partilha destes trabalhos surgem movimentos e festivais que apostam na originalidade dos trabalhos efetuados à vista de todos. Na Marinha Grande o ano de arranque foi o ano de 2020 com o Festival SOPRO.
O autor da obra agora realizada na Praia da Vieira é Bruno Gaspar. Nasceu em França (Paris), em 1979, mas é português. Licenciou-se em História da Arte, na Universidade Nova de Lisboa. É formado em cinema de animação em papel e volumes, na Fundação Calouste Gulbenkian. Desde os 15 anos que participa em diferentes projetos artísticos: cinema de animação, fotografia, design, publicidade e marketing, ilustração, escultura e artes plásticas. Venceu o Prémio Maria Alberta Menéres 2011 e em 2017, o segundo prémio de Artes Plásticas (25 de Abril- Casa de Portugal) em Macau. É director do cinANTROP (Festival Internacional de Cinema Etnográfico de Portugal) e o fundador do projecto artístico-solidário Olhares sem Abrigo/Homeless Heys.
Nos últimos anos tem dedicado a sua vida profissional como cronista de viagens no Semanário Sol e no Jornal i. Viajar pela Ásia para divulgar a cultura lusófona, através do cinema, ao mesmo tempo que retrata cada país por onde passa com os seus olhos de artista e cronista, foi um dos seus útimos projetos. É um defensor da memória dos povos em nome da sua Identidade.
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