domingo, 11 de julho de 2021

FALÁCIA ESQUERDISTA DO PT


 
Os esquerdistas vêm usando o aumento no preço da carne bovina em sua habitual fúria contra o atual governo, porém há mais dados a se considerar na questão

  • Hélio Brambilla

São fáceis de entender as razões do encarecimento da carne bovina no último ano, pois o preço da arroba do boi se mantivera longamente inalterado, onerando assim o pecuarista, que frequentemente trabalhava com prejuízo.

Como se não bastasse o combate constante para conservar o rebanho imune às doenças, surgiu no horizonte a peste chinesa. Embora descontando o superdimensionamento dela pelas tubas da grande mídia, ela de fato causa prejuízo e pânico em todos os campos da atividade humana. Os estudiosos estão atentos também às consequências surgidas e por surgir, decorrentes do confinamento domiciliar imposto em quase todos os países.

Não surpreende que tudo isso tenha resultado em mudanças de hábitos, levando muitos a consumir mais, estocar víveres e buscar proteínas para se defenderem mais eficazmente da pandemia. Consequentemente, verifica-se consumo mundial de alimentos acima dos padrões habituais, gerando alta acentuada no preço da carne e de outras commodities agrícolas.

Como já apontamos em outras ocasiões, na mídia e nas redes sociais abundam dados sobre o desempenho positivo dos países produtores de alimentos, em especial do Brasil, que conheceu um recorde de produção, exportação e consumo. Cerca de um trilhão de reais é o valor bruto da nossa produção, ultrapassando 100 bilhões de dólares em exportações.

Quanto ao preço da carne para consumo interno, a alta se tornou inevitável devido à valorização do dólar. Deixando de lado a cantilena demagógica espalhada pela esquerda a fim de prejudicar o governo, passemos à análise fria dos fatos, pois contra estes não há argumentos.

Em 2014, o preço da arroba do boi girava em torno de R$ 120,00 (cf. RevistaABCZ, julho/agosto 2014, p. 13), e hoje está um pouco acima de R$ 300,00. Na verdade, houve aumento das exportações e ajuste nos preços, tendo o consumo per capita mundial caído apenas 2,71 kg (de 30 kg por pessoa em 2019, para 27,29 kg, de acordo com a Revista da FAEP, 1-3-21, p. 28), não significando que o povo morreu de fome ou ficou sem proteína animal por causa disso.

Para compensar a falta de carne bovina, o consumo de carne de frango, que era de 42,84 kg por habitante em 2019, passou para 45,40 kg (aumento de 2,56 kg por pessoa – ibidem). Dos 230 ovos consumidos por habitante em 2019, passou-se para 251 (21 ovos a mais – ibidem). Já o consumo de carne suína teve aumento de pouco mais de 1 kg por habitante (O Estado de S. Paulo, 2-5-21, p. B-4).

Por outro lado, os dados mostram que o custo das proteínas para alimentação dos animais subiu muito: soja – 91,04%; milho – 51,36% (Revista da FAEP 22-11-21, p.24). Apenas como referência, um automóvel Gol custava R$ 20 mil em 2014, e agora acima de R$ 40 mil!

Manifestante na Venezuela: “Não há comida”

Nada do que foi dito acima serve de base para política demagógica em torno de uma tragédia terrível como a covid, como fazem certos governantes arrivistas.

Uma feliz coincidência me trouxe a delação do Sr. Ricardo Saud com seu advogado, na Procuradoria Geral da República de Curitiba em 5 de maio de 2017, como parte da operação Lava Jato. O depoente era chefe das relações institucionais da J&F Holding, que controla as empresas de Wesley e Joesley Batista, donos da JBS e Friboi. Ele afirmou que, de 2010 até a data dos inquéritos na Lava Jato, a empresa mantinha uma conta corrente de doações simuladas, com notas fiscais frias e alguma coisa em dinheiro vivo para as campanhas eleitorais.

O depoimento, apoiado em planilhas, emporcalha sete ou oito partidos; e também muitos políticos, como Renan Calheiros, então candidato ao Senado (uma grande quantia, segundo a declaração) e seu filho, candidato a governador. Ricardo Saud afirma que se restringiu apenas à campanha de 2014, que elegeu a dupla Dilma-Temer.

O que mais interessa nessas propinas é terem sido elas conseguidas pelo PT para o custeio dos próprios gastos e a compra de outros partidos, a fim de conseguir a base de sustentação do governo federal. Representaram na época cerca de 368 milhões!

No Brasil: produção de alimentos continua avançando

O Sr. Saud deixou claro que nessa campanha foram disponibilizados 608 milhões para o PSDB e outras agremiações partidárias. Se essa soma fosse transformada em carne para a população, daria 46 milhões de quilos, que necessitariam 1703 carretas (de 27 toneladas) para serem transportadas.

Não estamos afirmando com isto que o povo brasileiro está como Alice no país das maravilhas. Sem os nossos produtos agropecuários, que alimentam mais de 1,6 bilhão de pessoas no mundo, a situação seria muito pior.

É muito grande e muito lamentável o número dos que morreram no mundo em consequência da covid. Mas muito maior seria o número dos que morreriam de fome, se não estivesse em cena o esforço do produtor rural brasileiro. O insuspeito jornal O Estado de São Paulo (4-4-21) afirmou no editorial “O flagelo da fome” que a insegurança alimentar na Venezuela (leia-se fome) atingia 9,3 milhões; a inflação alimentar batia 1.700%; e o Brasil precisa se preparar para apoiar os imigrantes e comunidades na área de fronteira…

Não bastasse essa informação, uma reportagem da BBC concluiu, com base em dados da ONU sobre a fome, que os únicos dois países no mundo onde a fome diminuiu no ciclo da pandemia de covid foram o Brasil (de 5,5 pontos para 1,2) e o Panamá (de 5,6 para 5,4).

         Apesar da tragédia que se abate sobre o mundo, estamos portanto numa muito boa posição. Não seria este o quadro sem o nosso produtor rural, que não parou durante a pandemia; sem os caminhoneiros, que transportaram esses produtos; e sem as políticas de assistência social do governo federal.

Provavelmente estaríamos em situação muito melhor, sem tantos demagogos irresponsáveis; e se todos recorressem à ajuda de Nossa Padroeira, a Virgem Aparecida, sempre ao nosso alcance para livrar o Brasil de peste chinesa, comunista, petista…

ABIM

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Fonte: Revista Catolicismo, Nº 847, Julho/2021

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