segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Brasil, um país comunista?

  • Hélio Brambilla

Num dia desses, um amigo me disse ter comprado dois carros. Minha resposta foi imediata: — Renovou a frota! O seu e o da esposa! Replicou ele: — Que nada! Na verdade, eu comprei duas SUVS, sendo uma para mim e a outra para o Estado, pois paguei praticamente a metade de imposto na compra.

Como você sabe — continuou —, o Brasil tem uma das maiores taxas de impostos sobre carros do mundo, apesar de eles serem fabricados aqui, o ferro utilizado nele ser daqui, a borracha ser daqui, mas na aquisição de um automóvel, o brasileiro paga o equivalente ao valor de dois, sendo que a metade do valor é para alimentar a máquina estatal.

O amigo estava indignado, pois não parava de se referir à compra de um carro pelo valor de dois, que o estado brasileiro era muito socialista, quase comunista… E o retorno que ele dá para o cidadão todos nós conhecemos de sobejo, na segurança, educação, saúde… exatamente como muitos dizem, imposto sueco com retorno de país paupérrimo.

Impostômetro da Fecomércio, no Centro de São Paulo, neste final de agosto já aponta para a marca próxima de R$ 2.000.000.000.000,00 (dois trilhões de reais) de impostos pagos pelos contribuintes. Isso apenas nos primeiros oito meses do ano. Esta é a triste realidade vivida por nós nessas duas décadas do século XXI, época em que muitos sonhavam já estar vivendo num paraíso redimido pela ciência e pela técnica…

         Se tudo isso ainda não bastasse, o Brasil sofre no momento mais uma grande ameaça à sua soberania arquitetada por ONGs e outros organismos internacionais, seguramente não alheios aos olhos amendoados dos chineses. Como se não fossem suficientes os 13% de nosso território demarcados para uma população de menos de um milhão de índios, querem mais uma ‘fatiazinha’ de 14%, o que somará quase 30% do Brasil… Esse imenso território será mesmo para os índios, ou para testas-de-ferro de poderes internacionais que se escondem atrás deles?

Não sou contrário às demarcações de terras para os silvícolas, conforme previsto na Constituição de 1988, ou seja, as terras ocupadas e habitadas por eles até a promulgação da lei magna atual, limite esse chamado de “marco temporal”. Trata-se agora de nossos índios trabalharem as suas terras como muitas aldeias já vêm fazendo. E com sucesso! Por que não o fazem? Porque Ongs, Cimi, CPT, CNBB e assemelhados não querem… Não querem por quê? Dizem eles que é por amor ao índio! Quanto a mim, tenho minhas dúvidas…

Até há pouco, a própria Fundação Nacional do Índio — Funai não queria também, mas parece que isso vem mudando no atual governo. Vamos pedir a Deus para que mude mesmo de uma vez por todas, pois será a única saída para tirar os índios da tutela malsã do estado socialista, quase diria escravidão estatal, além de ONGs, Cimis e CPTs. Ademais, isso não é mais novidade, pois já são 78 aldeias que já optaram pelo seu próprio desenvolvimento.

         Dentro deste quadro inquietante, outra ameaça não menos preocupante quanto à nossa soberania é a lei sobre a venda de terras para estrangeiros, que permite dispor até 25% do território brasileiro. Ou seja, um outro “Tratado de Tordesilhas” às avessas, pois o Brasil poderá perder aproximadamente dois milhões de quilômetros quadrados com a venda de terra para estrangeiros.

         Outra característica acentuada de socialismo puro foi o Código Florestal Brasileiro, na verdade, um dos maiores confiscos já registrados na história do Brasil. Como o leitor poderá constatar no quadro abaixo, foi surripiada muita terra do produtor em cada unidade da federação. O ruralista teve de “engessar” 20, 30% das suas terras, e em algumas regiões da Amazônia o percentual sobe para 80%! Em tese, a terra é dele, mas ele não a pode utilizar, vender ou alugar, pois ele é coagido a proceder assim em ‘benefício’ do planeta.

         De fato, o proprietário comprou, pagou e contribui com os impostos correspondentes às terras que ele foi obrigado a “doar” para o Estado brasileiro. E mais. Arca ainda com o ônus de ser o bombeiro competente dessas terras contra eventuais incêndios criminosos ou não que venham ocorrer. De ser o guardião delas, pois caso morra uma saracura nessa área por mãos de algum forasteiro, ele será responsabilizado criminalmente por infringir o meio ambiente.

Curioso é que se morrer uma pessoa nessa mesma área não lhe acontecerá nada. Mas ai, se for abatido um animal, cortada uma árvore! O proprietário poderá ser preso por crime ambiental. Afinal, árvores e bichos valem mais do que qualquer humano. É a completa inversão de valores que passou a vigorar nessa espécie de república socialista que se tornou o Brasil.

         A tarefa do proprietário rural não termina aí. Ele precisa de arcar com as consequências das matas ciliares, que em muitos lugares fizeram retornar doenças que já tinham sido erradicadas, como a malária, chikungunya, dengue, febre amarela, que já dizimou grande quantidade de macacos no Brasil. Aliás, todas elas por ora superadas pelo vírus chinês da Covid-19. Afinal, por uma magia midiática, nenhum brasileiro morre mais com outra doença que não seja Covid…

         Em suma, os proprietários rurais perderam este percentual de terra para o Estado Moloch. Se somarmos estes 25% que poderão ser vendidos para estrangeiros, mais 30% doados aos indígenas, isso perfará 50% do território brasileiro, além das reservas legais, o que deixará muito pouca terra para o ruralista produzir.  

         Para que não fiquem dúvidas sobre as áreas de preservação obrigatórias aos ruralistas, em vez de apresentar o quadro por biomas, daremos os percentuais referentes de cada Estado da federação.

Unidade da FederaçãoKm2PreservaçãoPreservação em Km2
Acre153.15080%122.520
Amapá143.45480%114.763
Amazonas1.577.82080%1.262.253
Pará1.253.16480%1.002.531
Rondônia238.51380%190.810
Roraima225.11680%180.092
Alagoas27.99320%5.586
Bahia567.29520%113.459
Ceará147.83720%29.567
DF5.82220%11.761
Espírito Santo46.19420%9.238
Maranhão333.36620%66.673
Minas Gerais588.38320%117.676
Paraíba56.58520%11.317
Paraná199.70920%39.941
Pernambuco98.93820%19.787
Rio de Janeiro43.91020%8.782
Rio Gde. do Norte53.30720%10.661
Rio Grande do Sul282.06220%56.412
Santa Catarina95.44320%19.088
São Paulo248.80920%49.761
Sergipe22.05020%4.410
Goiás341.28930%102.386
Mato Grosso Sul358.15930%107.447
Mato Grosso906.80730%272.042
Piauí253.86730%76.116
Tocantins278.42130%83.526
TOTAL 3.135.845


         Apenas 8 a 9% do território brasileiro é utilizado para produção agrícola, e mais 16% para pecuária, perfazendo um total de 25%. Com este percentual de 25%, nosso produtor rural deveria ganhar o Prêmio Nobel pelo fato de alimentar 1,6 bilhão de pessoas aqui e alhures. E os socialo-comunistas-tupiniquins, marionetes ou não, querem a todo custo impedir o Brasil de produzir mais, e assim afastar o perigo da fome que ronda o mundo.

         O povo, às vezes, reclama do preço dos alimentos. Tentemos explicar. Em primeiro lugar tem havido uma demanda muito grande do exterior para os produtos brasileiros, como a carne, por exemplo. Mas o maior responsável pela alta geral dos preços no Brasil é o Estado socialo-comunista brasileiro.

Um exemplo ao alcance de todos é a questão dos preços do combustível. Somos autossuficientes em petróleo, as refinarias entregam o combustível por volta de R$ 2,50 o litro, e depois o brasileiro paga na bomba R$ 6,00 o litro… Porque tamanha decalagem? Mais uma vez, a resposta é o Estado socialista brasileiro.

 O Governo Federal tem aliviado os impostos, mas os governos estaduais e municipais são uns abutres em matéria de arrecadação, onerando não só o produtor, mas sobretudo o consumidor brasileiro. E quem paga a conta? Principalmente os pobres. Falam tanto da defesa dos pobres, mas são os que mais os massacram por meio de impostos, pois o pobre paga metade do que ele compra em tributos.

         Quando caiu o Muro de Berlim, Galbraith disse que teríamos de nos preparar para o neossocialismo. Infelizmente ele acertou, e todos pagam caro pelo socialismo de ontem, de hoje e de amanhã…

O Estado brasileiro precisa voltar a ser o que era. Por que a China cresceu daquele jeito? Porque atraiu grande quantidade de indústrias, mantendo o Estado aparentemente capitalista, cobrando de 7 a 10% de impostos, enquanto aqui no Brasil era de 40 a 50%… É claro que as indústrias fogem do Brasil, pois não aguentam a carga fiscal do Estado Moloch.

Um parâmetro para sair dessa encrenca na qual o Brasil foi metido poderia ser a pequena Croácia, a que já me referi mais de uma vez, pois ao romper com o regime socialista cortou 50% do ordenado de todos os figurões da república, vendeu dezenas de automóveis Mercedez-Bens de alto luxo, que eram usados por uma “camorra”, mais alguns jatos executivos que estavam à disposição de figurões socialistas.

Resultado, a Croácia se recuperou da pobreza comunista, e hoje exibe o melhor PIB per capita da Europa, sendo o país que mais cresceu no primeiro em 2021, isto é, 6.8%. Parabéns, Croácia, a nossa campeã mundial em desenvolvimento. Que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, ilumine nossos governantes para, finalmente, colocar o país nos trilhos dos quais nunca deveria ter saído.

ABIM

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