quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Centro de Saúde de Proença-a-Nova acompanha 835 utentes com diabetes


A diabetes afetava, em dezembro de 2020, 835 utentes do Centro de Saúde de Proença-a-Nova, cerca de 25% dos 3314 casos identificados na área do Agrupamento do Centro de Saúde do Pinhal Interior Sul, que inclui ainda os concelhos de Oleiros, Sertã e Vila de Rei. Os dados foram divulgados por Joana Leme, coordenadora da Unidade Funcional de Diabetes deste Agrupamento, durante a segunda edição da Rota das Plantas Aromáticas e Medicinais na História da Medicina, realizada a 16 de outubro no Centro Ciência Viva da Floresta, que assinalou os cem anos da descoberta da insulina. A diabetes mellitus afeta cerca 463 milhões de indivíduos em todo o mundo, sendo que a taxa de prevalência em Portugal é das mais altas da Europa. Joana Leme referiu ainda que, a nível nacional, os custos para lidar com a diabetes rondam os 7 a 8 % do orçamento da despesa total da área da saúde. E em Proença-a-Nova cifram-se em quase 250 mil euros, uma percentagem das quais relacionada com a prescrição de insulina.
Ana Mafalda Reis, professora auxiliar convidada do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade do Porto (ICBAS), referiu os principais marcos que levaram à descoberta da insulina em 1921 por vários investigadores. No entanto, o seu custo elevado não possibilitava que fosse utilizada por todos os doentes nesses primeiros anos. O diabetologista Ernesto Roma criou, em 1926, a Associação Protetora dos Diabéticos Pobres, a primeira associação de diabetes do mundo, disponibilizando insulina gratuitamente. “A insulina é agora comparticipada a 100 por cento. Isto são dados adquiridos, mas a história vale para que possamos refletir sobre o trajeto para chegar onde estamos e pelas conquistas que, entretanto, adquirimos”, referiu Ana Mafalda Reis.

Na mesa redonda dedicada à caracterização da diabetes e ao seu impacto na sociedade como fator de risco, moderada por Mariana Monteiro, professora associada com agregação do ICBAS, foram elencados pelos alunos de medicina Ana Lucas, Beatriz Martins, Leonor Campelo, Mafalda Ferreira e Pedro Menchaca os principais sintomas provocados por esta doença e alguns dos fatores de risco da diabetes tipo 2, associada às rápidas mudanças culturais e sociais, ao envelhecimento da população, às alterações alimentares ou à redução da atividade física, entre outros. A importância do exercício físico no controlo desta e de outras doenças foi focada por Nuno Alves, do Grupo de Desporto do Município.

Fernanda Delgado, da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, falou sobre o papel das plantas medicinais no controlo da diabetes. “Sendo a diabetes tipo 2 resultado de um estilo de vida stressante e de uma alimentação nutritivamente mal gerida, a utilização de medicamentos à base de plantas ou das próprias plantas, através dos seus elevados níveis de compostos bioativos que induzem à atividade antioxidade das enzimas do nosso organismo, melhoram os níveis gerais de autorregulação dos órgãos. Esta regulação dos antioxidantes das células dos diferentes órgãos é uma forma preventiva e de estímulo à homeostase do organismo”, referiu. Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, João Lobo, referiu o projeto em curso de reconversão do percurso pedestre PR5 em Rota das Aromáticas, precisamente para assinalar a importância das plantas aromáticas e medicinais no território e do seu potencial económico.

O evento contou ainda com a realização da 11ª Oficina do projeto BioAromas e BioAromas liis e assinalou o Dia Internacional da Alimentação, comemorado precisamente a 16 de outubro.

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