Em Não me Tapes o Caminho em Frente, Mesmo que Não Vá Dar ao Futuro, Fernando Tordo, um dos maiores nomes da música de intervenção em Portugal, reúne textos inéditos, que, quis a forma ou o conteúdo, nunca deram origem a canções ou pinturas. Nesse livro encontramos as emoções, os lugares, as perplexidades e os assombros de uma vida que gosta de olhar em redor. Prefaciada por José Jorge Letria, esta é uma edição Guerra e Paz Editores, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores, que chega à rede livreira nacional no próximo dia 26 de Outubro. O lançamento oficial da obra acontece no dia 29 de Outubro, pelas 18h30, na Fnac do Chiado, em Lisboa.
Um dos maiores cantautores da música portuguesa, Fernando Tordo é também um amante da pintura, do desenho, sempre inspirados pela poesia. Mas existem poemas que, fora da métrica e da estética das canções e dos quadros, viviam inéditos. Textos que agora o autor publica na antologia Não me Tapes o Caminho em Frente, Mesmo que Não Vá Dar ao Futuro. Uma obra catártica, em que o autor sonha com a eternidade no quadro da imaginação inquieta dos nossos dias.
José Jorge Letria, escritor, presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, assina o prefácio da obra. O texto, intitulado «Fernando Tordo – A Poesia Contra o Mostrengo da Nossa Vida Inquieta», foi inspirado no poema Desventura e nessa luta contra esse mostrengo que fez parar o mundo. «Talvez por ter vivido, há poucos meses, o temor da morte durante uma duríssima experiência pandémica, Fernando Tordo sabe que o mostrengo que por vezes nos sai ao caminho tudo ameaça e põe em causa». Também de Desventura foi retirado o título da antologia.
Uma experiência que Tordo exorciza logo nas primeiras páginas: «Sai da frente, mostrengo, sai da frente. Cheguei a pensar que o teu esbracejar te fazia voar, levando-te para o inferno que é a tua boca sem cabeça e o teu grunhido, mas enganei-me […] Afasta-te, vai-te daqui. Entre as crianças e os velhos não há tempo para ti, nem espaço. Que me interessa que sejas no fim do mar se te quero no fundo?».
Liberto desse espectro, o autor tem, finalmente, o caminho livre para expressar o seu imperativo desejo de viver e de estar com a poesia, diariamente e em todas as formas. Diz Letria que ele agora «pode falar de tudo, desde as batatas fritas da Graça, até à costa ocidental da Índia, sobrevoada num tempo em que era preciso ir cantar no Oriente a que os portugueses chegaram, apesar de todos os mostrengos: os do escorbuto, da saudade e dos naufrágios.»
Um livro com a luz única e inconfundível do dizer poético, em verso, em prosa poética, em frases soltas que se lêem quase num suspiro e no qual há uma «bala perdida / [que] Por nada saber da sua trajectória / Alojou-se no próprio coração.» Não me Tapes o Caminho em Frente, Mesmo que Não Vá Dar ao Futuro chega às livrarias de todo o país no dia 26 de Outubro, com a chancela da Guerra e Paz Editores e o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores. O lançamento oficial da obra acontece no dia 29 de Outubro, pelas 18h30, na Fnac do Chiado, em Lisboa, e contará com a apresentação de Afonso Melo.
Esta é a segunda vez que a Guerra e Paz publica Fernando Tordo, depois de, em 2019, ter editado Fernando Tordo: Não Houve Geração Mais Rica do Que a Nossa, um livro repleto de amizade que resultou de uma conversa com José Jorge Letria.
Não me Tapes o Caminho em Frente, Mesmo que Não Vá Dar ao Futuro
Fernando Tordo
Ficção / Poesia
104 páginas · 15x23 · 12,00€
Nas livrarias a 26 de Outubro
Guerra e Paz, Editores
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