Está agendado para o próximo dia 15 de janeiro o início a 2.ª fase do projeto – O Jazz na Filarmónica, numa ação que se irá prologar até 7 de maio. Com a coordenação artístico-pedagógica de Rui Lúcio e a coadjuvação de Elias Fernandes, a iniciativa assume um carácter maioritariamente prático e tem como principal objetivo capacitar e dotar os agentes culturais locais, nomeadamente as bandas filarmónicas, de conhecimentos que permitam desenvolvimento económico, social e patrimonial. Estas formações assumem duas importantes vertentes, uma relacionada com a formação e outra com as performances em público, designadas por PandeMúsica.
Integrado no projeto “HAPPY JAZZ – A música que nos une”, a ação formativa pretende aproximar, através da música, os municípios de Cantanhede, da Figueira da Foz e de Soure, designadamente na criação e transmissão de conteúdos técnico-pedagógicos, na área do jazz tradicional, a todos os membros das 18 Bandas Filarmónicas que integram os 3 concelhos parceiros.
A formação prestada aos executantes será instruída por músicos credenciados na área e representativos dos vários naipes que compõem as diversas alas das bandas filarmónica, com particular destaque para os modelos de instrumentação de referência do jazz tradicional: na trompete – Pedro Jerónimo, no clarinete – Paulo Bernardino, no saxofone – César Cardoso, no trombone – Andreia Santos, na tuba – Marco Freire e na bateria – João Maneta. Os formadores irão deslocar-se a cada uma das 18 bandas filarmónicas para partilhar com os elementos de cada um dos agrupamentos musicais, o seu saber e a sua experiência no domínio da arte e expressão musical, em jeito de workshop, numa vertente muito prática e de proximidade com cada naipe ou família de instrumentos.
Ainda no âmbito do projeto, foi comissionada ao músico, compositor e etnomusicólogo Hélder Bruno Martins, autor do livro Jazz em Portugal, 1920-1956 (Almedina 2006), uma sebenta teórica exclusiva, que contêm conteúdos pertinentes para este contexto a ser disponibilizada a todos os participantes.
Recorde-se que em setembro do ano transato decorreu um espetáculo, em que a prestigiada cantora de jazz Jacinta atuou no Multiusos de Febres acompanhada pelo Ensemble Sinfónico, orquestra formada por elementos da Phylarmónica Ançanense, Filarmónica Marialva de Cantanhede, Filarmónica de Covões e da Associação Musical da Pocariça, juntamente com músicos oriundos de 14 bandas dos concelhos da Figueira da Foz e de Soure, perfazendo um total de 90 músicos. Na altura tratou-se do primeiro espetáculo que a artista realizou no âmbito do “HAPPY JAZZ – A Música que nos Une” e foi posteriormente replicado no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz e na Praça da República de Soure, nos dias 11 e 12 de setembro, respetivamente.
Sobre o projeto Happy Jazz
O “HAPPY JAZZ – A música que nos une” é um projeto multidisciplinar de carácter artístico-pedagógico e cultural, que decorre ao longo dos anos de 2021 e 2022.
Assente numa organização partilhada entre os municípios de Cantanhede, da Figueira da Foz e de Soure, o projeto tem como principais objetivos promover a dinamização económica, social e patrimonial destes concelhos, enquanto instrumentos de diferenciação e competitividade, designadamente através da sua qualificação e valorização turística. Pretende também capacitar e relevar os agentes culturais locais, nomeadamente as bandas filarmónicas e demais associações/entidades, reconhecendo-lhes o seu papel enquanto protagonistas no panorama cultural e social do nosso país.
Pretende igualmente promover iniciativas que garantam o acesso, a fruição e a criação cultural e artística, a preservação, defesa e valorização do património cultural e a implementação de ações que favoreçam a democratização da Cultura, entendida na sua mais ampla diversidade.
O HAPPY JAZZ é um evento musical e cultural abrangente, que pretende consubstanciar uma das orientações fundamentais desta linha de apoio, ao promover e afirmar os três concelhos, tanto ao nível nacional como internacional, através de uma oferta musical de qualidade acrescida, dirigida a públicos vastos e diversificados.
Este evento, com grande enfoque numa pluralidade de realizações musicais, pelas características inerentes ao tipo de música que promove (Happy Jazz), é de fácil apreensão e contribui ativamente para fomentar o acesso de novos públicos à cultura e para a eliminar discriminações, assimetrias económicas, sociais, culturais e territoriais, concedendo à música esse papel de harmonia e união entre os povos.
O presente documento “Jazz na Filarmónica” é um guião pedagógico, da autoria do etnomusicólogo Hélder Bruno Martins, que introduz os leitores e particularmente os formandos, elementos das 18 bandas filarmónicas de Cantanhede, Figueira da Foz e Soure, na história sumária do Jazz e da sua estreita articulação com estes agrupamentos musicais com grande expressão no nosso território e no país. Será o ponto de partida para as muitas sessões formativas que acontecem ao longo deste período formativo e é, inquestionavelmente, uma excelente referência na abordagem teórica de base que suporta a compreensão introdutória desta matriz basilar como é o Jazz.
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