A rodagem acontece no Reino Unido, Itália e em Portugal.
O presidente da Câmara Municipal de Viseu disse, esta quinta-feira, que durante as gravações de “Velocidade Furiosa” no distrito, o “quartel-general” ficará sediado na cidade e defendeu que os locais de filmagem poderão ser “um grande atrativo” turístico.
Tivemos um contacto formal no sentido de nos dizerem que estavam a contar que Viseu fosse o “quartel-general” das filmagens que vão fazer em vários concelhos aqui, no distrito Viseu”, anunciou Fernando Ruas.
O autarca viseense adiantou que um outro pedido, feito nesse “único contacto”, vai no sentido de que “Viseu se assuma como entidade facilitadora com quem tem os vários domínios, como, por exemplo, com a Infraestruturas de Portugal, para facilitar, na rede viária”, as filmagens.
Ou se for necessário que o pessoal das autarquias esteja a vigiar, por exemplo, é que, neste aspeto, pretendem que o nosso apoio, seja desta natureza”, acrescentou o autarca, que falava aos jornalistas hoje, no final da reunião pública do executivo municipal.
Fernando Ruas defendeu ainda que, “ainda que não haja datas em concreto” para a rodagem do filme, espera que seja “relativamente próximo” e, um dos troços de via que “deverá ser usado, sem certeza, é o da Penoita”, no concelho de Vouzela (troço do IP5, junto à A25).
“Aquilo é um lugar onde se podem fazer provas e velocidades bem furiosas e, por acaso, aquele [troço permite] velocidades bem furiosas, mas também não sei se querem asfalto ou troços já quase sem asfalto, mas também encontram ali, no IP5”, apontou referindo-se aos lanços da via “em mau estado”.
A presença da equipa, continuou, “terá um impacto grande” na economia local, mas também “terá, no futuro, com a deslocação de turistas aos locais de filmagens, como acontece noutros países”.
Neste sentido, deu como exemplo a praça de Arezzo, em Itália, onde foram filmadas cenas da película “A vida é bela” e Fernando Ruas acredita que haverá “imensa gente a visitar [a região] só por causa disso”
Com argumento de Justin Lin e Dan Mazeau, o filme conta, no elenco, com Vin Diesel, Charlize Theron, Jason Momoa, Brie Larson, Michelle Rodriguez e a portuguesa Daniela Melchior, entre outros. A rodagem acontece no Reino Unido, na Itália e em Portugal.
De acordo com a publicação norte-americana The Hollywood Reporter, o orçamento do filme já ultrapassou os 300 milhões de dólares (cerca de 284 milhões de euros), valor que não inclui gastos em ‘marketing’ e publicidade.
Por motivos de confidencialidade contratual, há muitos detalhes que não podem ser revelados, nomeadamente orçamentais, mas a produtora, Sofia Noronha, disse que se trata de “um investimento económico brutal no país”.
É abrir as torneiras e utilizarmos o máximo de serviços portugueses […] Portugal tem todas as condições para ser um grande sítio de filmagens, não só pelo tempo, pelos preços acessíveis e pela mão de obra, [mas também porque] somos todos bastante flexíveis – os portugueses aprendem muito rápido. Mas não tínhamos ainda este mercado aberto”, realçou.
A Sagesse Productions foi criada em 2020, em plena pandemia, “numa altura incerta”, mas com trabalho consecutivo deste então, disse Sofia Noronha.
Além de “Fast X”, a produtora esteve envolvida, por exemplo, nas filmagens de “House of the Dragon”, a prequela da série televisiva “A Guerra dos Tronos”, parcialmente rodada em 2021 em Monsanto, que estreia a 22 de agosto próximo, na plataforma de ‘streaming’ HBO MAX.
“Já tinham filmado em Espanha, surgiu-lhes curiosidade em Portugal, em fazer uma visita técnica, para explorarem sítios – e encontraram vários -, mas aquele que ficou mesmo, que eles se apaixonaram, foi Monsanto”, recordou Sofia Noronha, que dá como certo o regresso da produção a Portugal para uma nova temporada.
Outra das produções em que está envolvida é o filme “Nobody’s Heart”, da realizadora espanhola Isabel Coixet, cuja pré-produção arrancará em agosto em Portugal.
Para Sofia Noronha, a criação de incentivos fiscais, pelo Governo, em 2018, é uma das razões de ser da presença de mais produções estrangeiras, como “Fast X”, em Portugal.
A indústria cinematográfica está habituada a esses incentivos e todos os nossos concorrentes e vizinhos têm incentivos fiscais, porque normalmente o investimento feito no país é quase o dobro desse incentivo fiscal, o país acaba sempre por beneficiar”, sublinhou.
De acordo com o relatório mais recente sobre incentivos à produção cinematográfica e audiovisual e captação e filmagens internacionais, referente a 2018-2020, disponibilizado online, foi apoiada a produção de 48 obras, com um incentivo total de 15,3 milhões de euros, e o investimento global em Portugal foi de 58,7 milhões de euros.
O filme “Fast X” tem estreia prevista para 19 de maio de 2023, nas salas de cinema dos Estados Unidos da América.
SIC Notícias/Lusa
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