Em causa está a aplicação do mecanismo Ibérico, que permite um desconto nos preços do gás natural.
O presidente da Endesa avançou que a eletricidade vai sofrer um aumento de, pelo menos, 40% até ao final deste verão. O Ministério do Ambiente e Ação Climática assegura que “o mecanismo ibérico não gera défice tarifário”.
Segundo Nuno Ribeiro da Silva, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, em causa está o mecanismo aplicado a Portugal e Espanha e que permite um desconto nos preços do gás natural, que é utilizado para produção de eletricidade. O problema é que essa diferença será paga pelos consumidores.
O presidente da Endesa diz que a “desagradável surpresa” deve aplicar-se a todos os novos contratos e àqueles que cumpram um ano. Garante ainda que esta subida não é responsabilidade das elétricas, mas uma consequência do "travão ibérico" acordado com Bruxelas na sequência da escalada dos preços por causa da guerra na Ucrânia.
Em comunicado enviada à redação, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática fala em alarmismo.
O Governo rejeita estas declarações e diz que não há qualquer justificação para um aumento de preços tão significativo e que este mecanismo ibérico não gera défice tarifário.
O gabinete do ministro António Costa Silva lembra que "o mercado livre tem outros comercializadores e os consumidores poderão sempre procurar melhores preços; os consumidores poderão também aderir à tarifa regulada que foi reduzida em 2,6 no segundo semestre deste ano".
O comunicado sublinha que este mecanismo reforçou a proteção ao país, mas que o Governo “continuar a apostar estruturalmente na aceleração das energias renováveis”.
O mecanismo ibérico para a limitação os preços no mercado ibérico de eletricidade (Mibel) entrou em vigor em 15 de junho e pretende fixar um preço médio de 50 euros por megawatt-hora (MWh) para o gás natural no mercado grossista, por um período de 12 meses, iniciando com um limite de 40 euros por MWh.
RR
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