terça-feira, 27 de setembro de 2022

Marinha Grande | JORNADAS DIVULGAM PATRIMÓNIO VIDREIRO

Cerca de um milhar de pessoas participaram nas diversas atividades realizadas pelo Município da Marinha Grande, no âmbito das Jornadas Europeias do Património (JEP), que decorreram de 23 a 25 de setembro. O programa incluiu entradas gratuitas nos museus, visita guiada ao património vidreiro, apresentação de um livro, workshop de teatro para crianças e visitas encenadas, que foram inspiradas pelo Ano Internacional do Vidro.

No dia 24 de setembro, as atividades começaram com a visita guiada ao património vidreiro, pelo investigador especialista Jorge Custódio, numa iniciativa organizada pela Câmara Municipal e APAI - Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial, com o apoio da Vidrala, que contou com a participação de cerca de 70 pessoas.

Na Praça Guilherme Stephens, a vereadora da cultura, Ana Alves Monteiro, e a presidente da APAI, Leonor Medeiros, deram as boas-vindas e enalteceram a importância de preservar o património histórico dos territórios. A visita iniciou-se com as explicações do arqueólogo Jorge Custódio, fazendo alusão à história da transformação do vidro.

Os participantes seguiram para o pátio da Fábrica de Vidros da Marinha Grande, recordando o restabelecimento da fábrica de vidros, em 1769, por Guilherme Stephens. Foram percorridos os espaços da antiga Fábrica da Vidraça, da antiga Fábrica do Cristal e da Oficina vidreira da Portaria e o marco da légua das lenhas do Pinhal.

Entrando no Museu do Vidro, a antiga residência dos Stephens, Jorge Custódio abordou o significado habitacional, agroindustrial, social e cultural do edifício; bem como a necessidade e redefinição do conceito do museu do vidro; sua construção, organização e decoração; separação entre os conteúdos residenciais e museológicos. A visita incluiu ainda a Avenida João Beare, para se observar a paisagem industrial da antiga Fábrica de Vidros e salientar os vestígios das suas diferentes fases históricas.

O programa da visita terminou no Museu Santos Barosa de Fabricação do Vidro (1989-1990), do grupo Vidrala, para se conhecer a fase da reorganização da indústria vidreira: vidraça, garrafaria e cristalaria.
Foram muitas as curiosidades partilhadas por Jorge Custódio, como o facto da Fábrica da família Stephens ter fabricado 535 modelos de vidros. Em 1821, empregava 513 funcionários, dos quais 36 eram mestres, 58 oficiais, 36 aprendizes e 383 carreteiros, criados ou trabalhadores. Para além disso, Guilherme Stephens, tinha ainda 1 músico, 1 cirurgião, 1 boticário, 1 médico, 1 elemento de ópera, tendo-se preocupado sempre com a educação, cultura, segurança social e saúde dos seus trabalhadores.

As Jornadas Europeias do Património integraram, no Museu do Vidro, a performance “Dança nos museus”, pela bailarina Inesa Markava.

Na tarde do dia 24 de setembro, ocorreu, naquele local, a apresentação do livro “A Fábrica de Garrafas da Martingança - 'Fábrica da Estrela’", da autoria de Tiago Filipe Duarte Inácio, que foca a história, nas suas mais variadas vertentes, da Fábrica, com recursos aos mais variados arquivos e entrevistas.

A iniciativa contou com a presença da vereadora da cultura, Ana Alves Monteiro; do presidente da Junta de Pataias e Martingança, Valter Ribeiro; do autor Tiago Inácio; do editor Carlos Fernandes; e do professor Paulo Grilo Santos que apresentou a obra.

Também no sábado, o Núcleo de Arte Contemporânea assinalou o encerramento da exposição “A persistência da matéria, 20 anos VICARTE”, com visita guiada por alguns artistas e o lançamento do catálogo da exposição.

A Casa da Cultura Teatro Stephens recebeu a peça de teatro “Vidro e outros Rococós”, pela companhia Teatro à Solta. Tratou-se de um espetáculo para toda a família, que retrata a história do Vidro em Portugal e a história da Marinha Grande, profundamente interligadas, e a forma como o desenvolvimento desta indústria potenciou o crescimento da cidade.

No dia 25 de setembro, o Museu do Vidro acolheu um workshop de teatro para crianças, dinamizado pela Associação Folhas Platónicas, e visitas encenadas que tiveram como objetivo que os mais novos pudessem saber mais sobre a história do vidro e processos de fabrico, com o registo cómico que já marca o trabalho do Teatro à Solta.

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