domingo, 29 de janeiro de 2023

Situação económica agravou-se para 60% dos portugueses desde início da guerra na Ucrânia. Maioria já corta na energia e alimentação

Devido ao aumento do custo de vida, decorrente da inflação, gerada pela guerra na Ucrânia, e consequente crise alimentar e energética decorrentes, houve um agravamento das condições de vida de muitos portugueses. Segundo um inquérito da DECO Proteste, a situação financeira agravou-se para 60% da população nacional.
O mesmo questionário, feito em abril, revelava que 41% dos inquiridos consideravam que a sua situação financeira estava pior desde o início da guerra, o que revela um agravamento das condições de vida.
Se, em abril de 2022, 26% dos inquiridos dizia estar numa situação “muito difícil”, a percentagem aumentou para 36% em dezembro do ano passado. Também no último questionário, metade dos portugueses relatava ter “o suficiente para chegar ao fim do mês”, uma redução dos 56% registados em abril.
Os inquiridos referem ter cortado os gastos particularmente na área da energia, alimentação e atividades de lazer, como passeio e idas a bares e restaurantes. Mas há também quem assinale ter cortado as despesas em roupa, férias e viagens grandes ou fins de semana, atividades culturais, na mobilidade, cuidados de saúde e até educação.
O aumento do custo de vida também levou a mudanças de comportamentos: 78% dos inquiridos relata desligar mais vezes as luzes ao sair de uma divisão, 67% tomam duches mais curtos e menos banhos, 60% retira mais vezes da ficha os carregadores de aparelhos eletrónicos quando não estão em uso, e 59% desliga mais vezes aparelhos de aquecimento e coloca eletrodomésticos e equipamentos em ‘standby’.
Quando a medidas para enfrentar o aumento da despesas, quase 30% dos portugueses relataram ter recorrido a poupanças.
Uma esmagadora maioria dos inquiridos (88%), concorda que as “empresas estão a aproveitar-se da inflação para aumentar os seus lucros”. Mais de metade concorda que a UE devia continuar a impor sanções económicas à Rússia, mesmo que afetem as economias dos Estados-membros. Por outro lado, 65% diz não confiar nos governos nacionais para controlar eficientemente e evitar aumentos injustificados de preços para produtos e serviços.
O questionário online, realizado em dezembro de 2022, teve como base uma amostra representativa da população entre os 25 e os 74 anos. No total, a DECO PROTESTE recolheu o testemunho de 1311 portugueses.

Multinews/SAPO

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