A exposição “Porto de Nós – Confluências Transnacionais”, inaugurada no passado dia 12 de abril, na Central das Artes, em Porto de Mós, é o ponto alto do programa das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, encetadas pelo Municipio de Porto de Mós em 2022 e lideradas por uma Comissão de Honra, sob a presidência do diplomata portomosense, Luís Amado.
Com curadoria de João Carlos Silva e de Ricardo Barbosa Vicente, a exposição reúne peças de 44 artistas, espelhando a cultura de sete países – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Esta não é apenas uma celebração da arte contemporânea, mas também um reflexo profundo do contexto histórico e cultural que une estes países. Esta mostra assume, por isso, um significado particular ao evocar o espírito do 25 de Abril de 1974, um marco decisivo na história de Portugal e um ponto de viragem não só para o país mas, também, para as suas relações com os países de língua portuguesa. Afinal, a descolonização que se seguiu e a formação de novas nações independentes foram influenciadas por este período de transformação e renovação.
"Porto de Nós - Confluências Transnacionais" entrelaça, assim, estas narrativas, oferecendo um espaço onde a arte reflete as complexas histórias de liberdade, identidade e interconexão, através da subdivisão em três núcleos distintos: Conexões Ancestrais, Identidades Partilhadas e Liberdade e Transformação.
A sessão de abertura contou com a presença de João Carlos Silva, dinamizador cultural de São Tomé e Príncipe, seguida de uma visita guiada à exposição, conduzida por Ricardo Barbosa Vicente, arquiteto com fortes ligações a Cabo Verde.
No decorrer da visita foi possível, ainda, ouvir os testemunhos dos autores de algumas das peças expostas, num momento inédito e de especial valor cultural.
Como referiu Jorge Vala, presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, “neste momento crucial da nossa história, é importante reafirmarmos o nosso compromisso com os valores da liberdade, da democracia e da justiça social. É importante lembrarmo-nos do legado do 25 de abril e da descolonização, e continuar a trabalhar para construir sociedades mais justas, inclusivas e democráticas, onde todas as pessoas possam viver com dignidade e respeito”.
A exposição "Porto de Nós - Confluências Transnacionais" assume-se, portanto, como um encontro feliz de culturas que a história cruzou durante séculos, honrando, simultaneamente os princípios da liberdade, da igualdade e da autodeterminação.
*Patrícia Alves
Gabinete de Comunicação
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