O Município de Cantanhede partilha o sentimento de enorme consternação pelo falecimento de Carlos Garcia, empresário, dirigente associativo, escritor e um acérrimo defensor e promotor dos costumes e tradições locais.
Carlos Garcia nunca desistiu de seguir os seus intentos – transmitir os seus conhecimentos, fruto das vivências pessoais e da experiência, através da escrita.
Desde
muito jovem participou ativamente na vida social, cultural e
associativa do concelho, integrando diversas coletividades,
designadamente a Secção de Teatro da Sociedade Columbófila
Cantanhedense, a direção do Clube de Futebol “Os Marialvas” e o
Rancho Regional “Os Esticadinhos” de Cantanhede. Protagonizou
diversas atividades e ações de cariz religiosas, como a
participação em programas de rádio.
Foi
também o promotor, zeloso criador e dinamizador do Museu Rural e
Etnográfico de Cantanhede, bem como em diversas manifestações de
tradições culturais como os corsos de Carnaval, o Cortejo de S.
Tiago e as Marchas Populares.
“Era
uma pessoa consensual em relação àquilo que melhor o
caracterizava: o humanismo, a cortesia, o respeito pelos outros, o
imenso saber, a extraordinária dedicação à comunidade, a postura
serena, mas determinada com que defendia as causas em que
acreditava”, recorda a
presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, que destaca “um
percurso a vários títulos exemplar, marcado por um imenso respeito
pelas raízes e por uma assinalável capacidade de reconstruir e
interpretar alguns dos fatores da identidade local”.
A
escrita foi outros dos traços marcantes do percurso de vida de
Carlos Garcia. Foi autor de Manta de Retalhos, seu primeiro livro,
autobiográfico (2005); de Cantanhede: Memórias para o futuro
(2006); de Rancho Regional “Os Esticadinhos” de Cantanhede – 75
Anos ao serviço da cultura (2010), de Caminhos da vida – histórias
da vida real (2013), de Os Empecilhos (2023), sobre a terceira idade,
com pequenas histórias que relatam vivências de famílias, nas
quais o autor evidenciava casos de solidão e abandono familiar dos
elementos mais velhos, e terminou com a edição do livro Carlotinha
(2024), dedicado a Maria Carlota de Magalhães Pessoa Jorge, da
Pocariça.
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