Câmara continua a pressionar pelo encerramento do aterro sanitário da ERSUC e por nova solução técnica de tratamento de resíduos em outro local da Região Centro.
1. Aveiro reforça a coleta seletiva de resíduos e registra crescimento e resultados históricos em 2024
O Município de Aveiro registrou, em 2024, um crescimento notável na coleta seletiva de resíduos para reciclagem, consolidando os resultados de uma estratégia sustentável implementada pela Câmara Municipal de Aveiro (CMA) nos últimos anos. A coleta seletiva total aumentou 35%, passando de 5.511 toneladas em 2023 para 7.464 toneladas em 2024, com destaque para o significativo incremento nos biorresíduos em estabelecimentos do canal HORECA (hotelaria, restauração e cafés), cantinas de estabelecimentos de ensino, IPSS, entre outros locais.
Esses números resultam de uma estratégia da CMA, implementada nos últimos anos, para promover a sustentabilidade e impulsionar a boa gestão de resíduos em todo o Município.
“Há mais de uma década a Prefeitura vem trabalhando para tornar Aveiro um Município cada vez mais responsável ambientalmente. Os dados do último ano comprovam o sucesso dessa aposta da CMA, e esses bons resultados têm a fundamental contribuição comprometida dos aveirenses que contribuem diariamente para uma melhor coleta e reciclagem dos resíduos no Município”, afirma o Prefeito José Ribau Esteves.
A CMA também foi distinguida pela ERSAR - Entidade Reguladora do Serviço de Águas e Resíduos, três vezes com o Selo da Qualidade do Serviço de Gestão de Resíduos Urbanos (ao consumidor), em 2019, 2020 e 2022. Este prêmio é o reconhecimento do trabalho da CMA como uma das melhores, entre as mais de 300 entidades gestoras existentes a nível nacional.
No caso da coleta seletiva trifluxo porta a porta, em 2023 foram recolhidas 1.087 toneladas de resíduos, valor que dobrou no ano seguinte, passando para 2.357 toneladas. Em relação aos biorresíduos, foram recolhidas 406 toneladas em 2023 e 1.048 em 2024 – ou seja, mais que o dobro.
Esse aumento é resultado de projetos de coleta de resíduos porta a porta, implementados pela Câmara de Aveiro em 2023, com a ERSUC. Atualmente estão contempladas mais de 5.500 casas e 331 hotéis, restaurantes, cafés, e outros estabelecimentos ligados ao canal HORECA, em uma operação administrada com a Veolia.
“Esses números demonstram que os esforços da Prefeitura de Aveiro, da Veolia e da ERSUC estão produzindo resultados sólidos e que a Comunidade Aveirense está verdadeiramente comprometida com essa jornada de responsabilidade ambiental. Quando aliamos planejamento estratégico, trabalho consistente, parceria institucional e o envolvimento das pessoas, conseguimos mudar hábitos que têm se mostrado sustentáveis e eficazes” ressalta o Presidente da CMA.
Ao lado desses projetos, a CMA tem realizado diversas ações de conscientização, junto às comunidades, sobre a importância da reciclagem e da compostagem doméstica. O Município também tem investido em atividades voltadas aos jovens, em especial com a iniciativa EcoAventura – Ação pelo Meio Ambiente, que celebra a Semana do Meio Ambiente da União com atividades gratuitas de educação ambiental.
Destaque também para o trabalho com a Comunidade Educativa, nomeadamente com o projeto das Bandeiras Verdes, um prémio do programa internacional Eco-Escolas: em 2024, este galardão foi atribuído a 35 estabelecimentos de ensino público de Aveiro receberam que promoveram a sustentabilidade e a educação ambiental (em 2013 existiam 10 Eco-Escolas).
“Nesse processo, é importante destacar a entrada em operação, em 2018, da Veolia, a empresa de coleta de resíduos urbanos que fez toda a diferença na gestão dos resíduos municipais, assim como a criação do ecocentro municipal, em 2022, investimento da CMA que impulsionou o recebimento e a separação dos resíduos”, diz Ribau Esteves, acrescentando que em 2024 o ecocentro da CMA recebeu 1.048 toneladas de resíduos, 642 toneladas a mais que no ano anterior – em 202 3, no qual foram contabilizadas 406 toneladas.
Aumento da taxa de reciclagem e redução de resíduos indiferenciados
Aveiro registou uma taxa de reciclagem de 17,87% em 2024, um aumento significativo face aos 13,69% de 2023 e aos 7,92% de 2018.
O volume total de resíduos urbanos recolhidos em 2024 foi de 41.776 toneladas, mais 1.513 toneladas do que em 2023. Este crescimento de produção de resíduos conseguiu ser “desviado” para os resíduos seletivos, pois os resíduos urbanos indiferenciados novamente registraram redução. Entre 2018 e 2024 os resíduos urbanos indiferenciados diminuíram mais de 2.200 toneladas, resultado das políticas de gestão ambiental implementadas pela CMA.
No mesmo período (2018-2024) houve um aumento de 4.320 toneladas na coleta de resíduos urbanos seletivos, passando de 3.144 para 7.464 toneladas. Entre 2023 e 2024, foram recolhidas mais 1.953 toneladas de resíduos urbanos seletivos: em 2023, contabilizaram 5.511 toneladas e no ano passado 7.464.
2. CMA quer fim do aterro sanitário da ERSUC e nova solução técnica de tratamento de resíduos e em outro local da Região Central
No âmbito da gestão de resíduos no Município de Aveiro, a Câmara continua a pressionar o Governo para que o aterro sanitário atualmente instalado na freguesia de Eirol seja encerrado e se encontra uma nova solução técnica de tratamento, nomeadamente a incineração (da fração resto) e noutra localização da Região Centro. Vale lembrar que esse aterro está perto de esgotar sua capacidade e que a ERSUC pretende, até junho de 2028, expandi-lo para uma capacidade de 1.200.000 toneladas.
“Para a CMA é hora – depois de muitos anos, de anos demais – de começar a pensar em uma nova solução técnica, que entendo que deve ser a incineração, em outro local da Região Central. Há mais de duas décadas, os resíduos de vários municípios da Região são direcionados para Aveiro, no aterro sanitário de Taboeira e no UTMB de Eirol. Uma vez esgotada a capacidade da Unidade de Tratamento Mecânico-Biológico (UTMB) de Eirol e seu aterro sanitário, o destino dos resíduos deve se tornar outro”, defende o Prefeito de Aveiro.
Saudamos o Governo pela solução apontada no “Plano de Ação TERRA – Transformação Eficiente de Resíduos em Recursos Ambientais”, apresentada no último dia 07MAR25, assumindo a opção de construir uma Incineradora na Região Central, finalizando com a deposição em aterro. Essa é uma das conclusões do Grupo de Trabalho de Aterros que o Governo estabeleceu.
No parecer da CMA enviado pelo Presidente Ribau Esteves a esse Grupo de Trabalho, por intermédio do Secretário de Estado do Ambiente a 29JAN25, e que já tinha sido apresentado a 26FEV24 ao Ministro do Ambiente do Governo anterior, a CMA assumiu uma posição clara sobre esta matéria, com as seguintes características principais, que nesta Nota de Imprensa se transcreve:
É URGENTE uma decisão sobre o investimento numa nova estrutura de unidades de tratamento e valorização de Resíduos Urbanos, lamentando-se o arrastamento da abordagem deste assunto assumido por Governos anteriores, saudando o Governo atual pela prioridade dada a esta matéria, sendo pertinente dar aqui nota que entendemos muito relevante a hipótese da construção de uma Unidade de Incineração / Valorização Energética de RU, com uma indicação de localização em Barreiro de Besteiros, Tondela e com serviço a toda a Região Centro de Portugal, nos termos já defendidos e apresentados publicamente pela própria Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão / ECOBEIRÃO, num cenário devidamente estudado e negociado também ao nível das contrapartidas.
No quadro de um acordo de compromisso formal e bem garantido, que envolva o Governo, o Grupo EGF e sua empresa a ERSUC, e os Municípios envolvidos, dado que sabemos todos do enorme atraso do trabalho de estudo, decisão e licenciamento de uma nova localização de um UTMB ou de outro tipo de Unidade de Tratamento de RU para a Região de Aveiro / Região Centro, a CMA poderá aceitar negociar uma solução sólida com cronograma e mecanismo de financiamento definidos, que assuma uma decisão sólida sobre a localização da Unidade de Tratamento que vai substituir o UTMB de Aveiro e o tipo de Unidade de Tratamento (defendendo a CMA a opção por uma Incineradora para a denominada “fração resto”, com uso de tecnologia moderna), em simultâneo com a continuidade da operação do UTMB e seu Aterro com condicionante de limitação temporal e concretização prévia de investimentos que aumentem a sua sustentabilidade ambiental e boa relação com as zonas urbanas envolventes, nomeadamente:
1.Construção do Arruamento não urbano paralelo à A1, entre a rotunda do UTMB e a antiga EN 230, definido no PDM de Aveiro, integrando uma conduta dedicada aos esgotos do UTMB a ligar diretamente à Estação Elevatória da AdCL de Eixo (que tem de ser devidamente capacitada);
2.Construção de um Nó Rodoviário no cruzamento da A1 com o Eixo Rodoviário Aveiro Águeda, dada a sua proximidade com a rotunda da entrada no UTMB (com a óbvia garantia da execução do ERAA a iniciar em 2025);
3.Selagem imediata, completa e devidamente cuidada do Aterro Sanitário de Taboeira.
*Simão Santana
Adjunto do Presidente da Câmara Municipal de Aveiro
Imagem c/DR
Nenhum comentário:
Postar um comentário