O romance “Os
Pássaros de Dódóia” valeu a
Henrique Levy a atribuição do Prémio Literário Carlos de
Oliveira, concurso promovido pelo Município de Cantanhede que vai já
na sua sétima edição. O objetivo é homenagear um
dos maiores autores de língua portuguesa da segunda metade do século
XX, estimulando a criação
literária e o surgimento de novos valores neste campo.
O
prémio será entregue no decurso da sessão solene comemorativa do
Feriado Municipal de Cantanhede, na próxima sexta-feira, 25 de
julho.
Assinado
sob o pseudónimo Náti Kuté, o livro de Henrique Levy foi laureado
com o prémio “pela capacidade de reconstituir o universo social e
metafísico africano”. Segundo o júri, a obra evidencia um “rigor
da escrita e densidade da estruturação da narrativa e pela
capacidade de criar personagens, em particular a de Dódóia,
personagem de mulher na qual a sagacidade que a define conduz a
modelar um destino à partida desfavorável, impondo-se ao meio e
conquistando um lugar de destaque na comunidade”.
Além
do prémio conquistado por Henrique Levy, o júri assinalou a elevada
qualidade geral dos trabalhos e decidiu atribuir menções honrosas
às obras “A Minha Avó Troglodita”, de Rui Almeida Paiva, e “Ano
Zero”, de João Céu e Silva.
Nos termos do
regulamento, foram admitidas ao Prémio Literário Carlos de Oliveira
obras escritas em português, em conformidade com o novo acordo
ortográfico.
O
júri da sétima edição foi constituído por Helena Teodósio,
presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, representada pelo
vice-presidente, Pedro Cardoso, Osvaldo Silvestre, em representação
da família de Carlos Oliveira, António Pedro Pita, por indicação
da Associação Portuguesa de Escritores, e os professores Paulo Melo
e Carlos Catarino, a convite do Município.
A
lista de vencedores do Prémio Literário Carlos de Oliveira inclui
autores de diversos países. No concurso inaugural, o prémio foi
atribuído à obra “Quase Tudo Nada”, de Arsénio Mota, a que se
seguiu “O Novíssimo Testamento”, de Mário Lúcio Sousa,
escritor que foi ministro da Cultura de Cabo Verde entre 2011 e 2016.
Nas restantes edições conquistaram o prémio o historiador e
escritor brasileiro Carlos Roberto da Rosa Rangel, com “Crime e
Revolução”, o juiz brasileiro Carlos Roberto Loiola, com “A
estrambótica aventura do senhor Martius Von Gloeden”, o professor
António Breda Carvalho, com a “A Epopeia do Espírito Santo”, e
o também professor Jorge Sousa Lima, com “ApadaDor”.
Sobre
Henrique Levy
Henrique
Levy é poeta, romancista e
ensaísta luso-caboverdiano, nascido em Lisboa (1960) e atualmente
residente na ilha de São Miguel, Açores, onde é professor. Com uma
identidade marcada por múltiplas pertenças, viveu em vários
continentes: Europa, África, Ásia e América.
É autor de
oito romances, incluindo Cisne de
África (2009), Praia
Lisboa (2010), Maria
Bettencourt (2019), Segredo
da Visita Régia aos Açores
(2020), Memórias de Madre
Aliviada da Cruz (2021), Vinte
e Sete Cartas de Artemísia
(Prémio Literário Natália Correia, 2022), Bento
de Goes (2023, PNL) e O
Drama de Afonso VII de Portugal
(2024).
Na poesia,
publicou nove livros individuais, nomeadamente Mãos
Navegadas (1999), O
Silêncio das Almas (2015), O
Rapaz do Lilás (2018), Livro
da Vacuidade e da Demanda do Vento
(2022) e Os Teus Lábios Podaram
o Sol às Laranjeiras (2025).
Participou em obras coletivas (Estado
de Emergência, Elementos)
e coordenou a antologia Camões
na Voz de Poetas Açorianos
(2024).
Editou e anotou
a obra A Sibylla – Versos
Philosophicos (2020), de
Marianna Belmira de Andrade.
Henrique Levy assinou vários
ensaios e crónicas publicadas na imprensa e em revistas literárias.
Tem também poemas e contos dispersos por diferentes revistas e
antologias.
É ainda
coordenador da Nona Poesia, a única editora açoriana dedicada
exclusivamente à poesia.

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