A Praia Fluvial dos Olhos da Fervença, na freguesia de Cadima, no
concelho de Cantanhede, voltou a receber o evento cultural “Curtição
do Tremoço”, num evento que vai já na sua terceira edição, com
“Matinés Sunset”, e que este ano ocorre durante os sábados de
19 e 26 de julho, a partir das 15 horas até à noite.
A sessão de abertura, no passado sábado 19 de Julho, começou com
“Lúcia-Lima Som Sistema”, um
coletivo artístico com gostos musicais
ecléticos, surpreendentes e irresistíveis com ponto de comum de
todos terem um grande carinho por aquela associação cultural
carismática. De seguida, ocorreu
um dos momentos mais aguardados do dia com a atuação de Claiana,
projeto de Aguinaldo Conceição, natural de São Nicolau (Cabo
Verde) que refuta o rótulo de música tradicional e que criou uma
linguagem (literalmente) própria que faz das suas músicas
facilmente reconhecíveis e extremamente dançáveis com influências
transversais a todo o oceano Atlântico.
Depois houve espaço para a leitura
teatralizada da lenda do Tremoço (tradição popular) e declamações
de poesia " Água fonte de vida" pelo Grupo de Teatro da
ACDC (Associação
Cultural e Desportiva do Casal), com destaque para a atuação do duo
formado pela poetisa Isabel Trindade Veiga e o músico Manuel Ribeiro
com a sua guitarra portuguesa.
Seguiu-se uma
tertúlia com oradores da
região com saberes para partilhar, informações a transmitir,
questões a despoletar e a todos fazer pensar, sentir e refletir.
Assim
sucedeu, com moderação por Vasco Espinhal Otero e participação de
Manuel Ribeiro (história de instrumentos tradicionais da região e
cultural geral sobre a Fervenca), Manuel Oliveira (que em breve
lançará o livro “Memórias de Cadima”), Isabel Mioto
(tremoceira emblemática da região) e Sérgio Gaudêncio (sociólogo
que abordou os costumes religiosos).
Ao crepúsculo, surge o showcase
"Show dos Cria", com muito público presente, um evento
único dedicado a celebrar o hip
hop do centro do país, com
curadoria do coletivo artístico Batalha
Clandestina, que juntou num só
palco vozes de artistas que estão a escrever o futuro do rap
português com valores emergentes.
Segundo a organização, “a adesão e participação ativa do
publico foi muito positiva, assim é natural que as expetativas para
a sessão final a 26 de julho sejam ainda maiores, pois queremos
transformar este anfiteatro natural numa sala de estar ao ar livre
bem acolhedora”. Ainda segundo a organização, “pretende-se
enraizar hábitos na agenda, envolver públicos e usufruir dos
espetáculos com uma valorização ambiental da área envolvente,
tendo em conta que o espelho de água, as zonas de areia, as
esplanadas nos terraços, as bancadas relvadas em socalco dão a este
espaço uma funcionalidade de anfiteatro natural que nos apaixona”.
A programação comporta vários espetáculos e performances de áreas
artísticas em ascensão, sem esquecer as tradições da região,
mais propriamente a conservação, valorização e (re) interpretação
o seu património material e imaterial. O
objetivo primordial passa por contribuir significativamente para a
promoção do conhecimento, turismo e prestígio mediático deste
espaço a nível local, regional e nacional, proporcionando
experiências culturalmente construtivas, artisticamente
diferenciadoras e socialmente marcantes aos visitantes.
É também referido pela organização que “a filosofia base desta
abordagem cultural, social e ambiental continua a ser a de criar
pontes entre tradição e inovação, bem patente no duplo
significado do título o projeto, havendo ainda todo um caminho
aliciante a percorrer de rentabilização de recursos locais e
regionais”.
A organização deste evento cultural envolve várias associações
da freguesia de Cadima em parceria. tais como a Lúcia Lima
Associação Cultural, a Associação
Cultural e Desportiva do Casal, o Vespa Clube
Paperinos, para além do Bar Olhos, contando com o apoio do Município
de Cantanhede e da Junta de Freguesia de Cadima.



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