“É PERFEITAMENTE POSSÍVEL QUE BRUXELAS ESTEJA A TENTAR TRAMAR O GOVERNO PORTUGUÊS”

28 Janeiro, 2016 por ZAP

Porfírio Silva / Facebook

O deputado socialista Porfírio Silva

O deputado socialista Porfírio Silva, membro do Secretariado Nacional do Partido Socialista e conselheiro de António Costa, acusa a Comissão Europeia de “tentar tramar o governo português”, na sequência de um questionamento de Bruxelas relativo ao esboço do Orçamento de Estado para 2016.

Numa publicação na sua página do Facebook, o socialista deixa o alerta:

Não vale evitar as palavras: é perfeitamente possível que Bruxelas esteja a tentar tramar o governo português. Vamos ver como prossegue o jogo, mas não é de agora que o barrosismo sobrevivente na Comissão Europeia é um derivado do PPE, o partido da direita europeia que luta pela hegemonia absoluta na UE. Estejamos atentos.

O comentário surge após a carta da Comissão Europeia, dirigida ao ministro das Finanças Mário Centeno, a questionar por que razão o Governo socialista pretende reduzir o défice estrutural em 0,2 pontos percentuais, quando em julho tinha sido recomendada uma redução de 0,6 pp.

Porfírio Silva, conselheiro político de António Costa e secretário nacional para as Relações Internacionais do PS, sugere assim que a Comissão Europeia poderá continuar a atacar os planos do Governo, apesar de António Costa já se ter manifestado confiante na resolução do problema.

O primeiro-ministro declarou que aquilo que “a Comissão diz” é que há “um conjunto de dúvidas do ponto de vista técnico” e que Bruxelas está a tentar “esclarecer essas dúvidas e prosseguir um debate construtivo com o governo português”, rejeitando “qualquer outro cenário em cima da mesa”.

O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, esclareceu esta quinta-feira que a carta enviada ontem pela Comissão Europeia a Mário Centeno é um procedimento já usado noutros casos e “levou a clarificações e compromissos suplementares que evitaram que a comissão tivesse que pedir um novo projeto de orçamento”.

Pierre Moscovici garantiu ainda que o facto de ter sido enviada uma carta “não prejudica o resultado do processo”, sublinhando que são precisas mais informações antes de ser apresentada uma decisão sobre o projeto de orçamento pelos comissários europeus.

ZAP

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