Se não devemos ser escravos do trabalho, também não
devemos escravizar-nos pela falta dele. Só os animais irracionais sobrevivem
sem trabalhar. Os herbívoros pelos vegetais, os carnívoros pela caça. E se as
abelhas e as formigas produzem os seus alimentos, é porque são detentoras de
alguma racionalidade.
O homem, salvo algumas excepções, revela-se civilizado
e exprime nível inter-social. O que lhe falta para completar a condição de
superior é a construção da paz e a melhoria da prática da humanização.
Indivíduos que atingem o topo hierárquico se nunca se desprenderem da sua condição
de medíocres, são também responsáveis pelo arrastar da mediocridade,
conseguindo o poder por processos marginais à competência e bom senso.
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Os saberes e as competências não se revelam eficientes
se não forem moderados pelo bom senso. Comprovadamente, a mediocridade tem peso
nefasto e contrapõe-se às competências e às índoles saudáveis.
O maior capital que um país pode amealhar reside no
capital humano. Vejamos o exemplo de países de parcos recursos que conseguem
progredir mais que outros que comportam elevadas riquezas naturais. Na medida
em que as competências e o bom destronarem a mediocridade, o mundo passará a
ser bem melhor…
Nas relações laborais, é de interesse mútuo que os
patrões e empregados formem uma família na melhor das coesões. A reciprocidade
de interesses e a amizade devem de funcionar. O patrão não pode ser amigo do
empregado quando este não zela pelos interesses em comum. Porque o empregado
também fica prejudicado quando, em vez de executar um trabalho sério e
rentável, cria cisões nos seus colegas e os atrai para as confrontações. Por
sua vez, quanto maior for a rentabilidade de uma empresa, maior é a
possibilidade de aumento dos ordenados. São os próprios empregados que, pela
sua eficiência, garantem as remunerações. Se acontecer o contrário a empresa
degrada-se e os empregados ficam em piores condições.
No que respeita aos patrões, devem entender que a paz
laboral, o bom entendimento, o respeito mútuo e a amizade são criadores da
estabilidade. É de significativa importância que os empregados se sintam no seu
local de trabalho como se estivessem na sua casa. Desta forma criam-se estados
de espírito de bem-estar e de solidariedade. E os patrões só têm a ganhar com a
tranquilidade dos empregados.
Mas esta preconizada família também pode sofrer
convulsões relacionadas com a falta de escoamento da produção ou com um
desastre qualquer. Convulsões que obrigatoriamente criam mal-estar e que até
podem levar a empresa ao encerramento. É nestas situações que mais se faz
sentir o entendimento e a solidariedade pois, com o conjunto esforço, pode ser
possível assegurar o funcionamento até à vinda de melhores dias. Por vezes
evita-se o pior dividindo os esforços e os prejuízos e quando tudo melhorar, todos
serão beneficiados.
Atenção aos empresários: não se podem esquecer que os
empregados fazem parte da sua família e de que não devem cometer devaneios e
aventuras conducentes à desestabilização familiar. E de que, a cada pessoa que
inicia uma empresa e dá emprego, lhe incumbe também a boa gestão como
imperativo responsável para a criação de prosperidade, não apenas em benefício
próprio como também dos empregados, a quem deve atribuir salários condignos
para que a dignidade das suas vidas credencie a empresa para quem trabalham.
Aos empregados cabe também, além do mais,
estabelecerem a sã cooperação entre si como factor de união no sentido de
acrescida eficiência na rentabilidade.
A consonância dos imperativos e comportamentos aqui
expressos resultarão, obviamente, na prática do trabalho com o estatuto de
dever social e inter-social.
Texto
extraído do livro “Bíblia do Futuro”.
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outros...
publicado por promover e dignificar
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