Contas do Estado foram o centro de todas atenções esta manhã. O 'tiro de partida' foi dado pelo anúncio de um atraso na divulgação e a história só acabou com a intervenção do Banco de Portugal.
© Getty Images
O último
dia antes do fim de semana prolongado da Páscoa contrariou a normal calmaria
noticiosa, pelo menos no que toca à economia. Tudo graças à Execução Orçamental
do Estado em 2015 e a uma sucessão de comunicados de três entidades públicas
que deram sinais de tensão evidentes.
Tudo
começou com o INE: ao contrário do que era esperado, a entidade não divulgou os
números do défice do ano passado ao início da manhã. Numa
declaração publicada no site oficial, o Instituto
anunciou que "dado não estar disponível toda a informação
necessária", os cálculos provisórios das perdas do Estado seriam
divulgados apenas no último dia de março.
Imediatamente,o Ministério das Finanças reagiu, com uma resposta em
comunicado que negava qualquer responsabilidade no assunto: "O Ministério
das Finanças informa que enviou para o Instituto Nacional de Estatística,
atempadamente, toda a informação sobre as contas do Estado necessárias ao
cálculo do défice e da dívida pública em 2015". "É, pois, incorreta a
informação noticiada que imputa ao Ministério das Finanças responsabilidades
num eventual atraso", acrescentava na altura o ministério de Mário
Centeno. A tensão era evidente, mas o certo é que os famosos dados
'desaparecidos' foram encontrados e ainda antes do início da tarde, foi conhecido o
cálculo inicial: um deslize de 4,4% do PIB, provocado em grande
parte pelos 2,51 mil milhões
gastos no
processo de venda do Banif ao Santander Totta. O efeito do Banco
Internacional do Funchal nas contas foi de 1,4% do PIB, escondendo um défice
base que cumpriu ao cêntimo a meta de 3% de perdas para os cofres do
Estado.
Mesmo com os dados
revelados, faltavam
esclarecimentos sobre a causa da polémica; foi então que o Banco de Portugal surgiu em cena para
enterrar o assunto: "Para efeitos de finalização da notificação,
subsiste uma questão de natureza metodológica que está a ser tratada entre o
Banco de Portugal e o INE".
O mistério estava assim resolvido; em
vez de uma falta de comunicação entre Governo e INE ou BdP, a explicação
era uma discrepância entre a forma de contabilização das duas entidades
responsáveis pelas estatísticas do sistema financeiro.
Ainda hoje deverá ser divulgada a Execução
Orçamental em 2016 até fevereiro, não se esperando qualquer atraso ou
dificuldade de recolha e análise de dados por parte da Direção-Geral do
Orçamento.
Fonte: noticiasaominuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário