Dois advogados que se apresentaram no tribunal para defender suspeitos da operação que levou à detenção de dois inspectores da Polícia Judiciária, que terão recebido luvas de cartéis de droga, acabaram por ser constituídos arguidos.
Os 15 detidos da Operação Aquiles começaram a ser ouvidos, nesta quinta-feira, pelo juiz de instrução Carlos Alexandre.
No entanto, dois dos advogados que se apresentaram no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, para defenderem dois dos suspeitos também foram constituídos arguidos, de acordo com o jornal Público.
Um dos advogados é Ana Cotrim que se manifesta “incomodadíssima” com a situação. “Não é aos 70 anos que vou macular a minha vida profissional”, salienta a advogada ao diário, frisando que não sabe por que factos é suspeita e que os documentos que lhe entregaram mencionam apenas “prestar informações à associação”.
O outro advogado é Vítor Carreto Ribeiro, que ia defender o inspector-chefe Ricardo Macedo e que tem representado em tribunal um traficante de droga, Franquelim Pereira Lobo, que também estará envolvido neste caso, conforme reporta o Público.
O jornal salienta que a investigação terá encontrado “indícios de que os defensores colaboraram de alguma forma nas actividades criminosas dos clientes”.
Esta operação levou à detenção de dois chefes da Polícia Judiciária e de um cabo da GNR, suspeitos de receberem luvas de cartéis de droga para facilitarem a entrada de droga em Portugal.
As buscas efectuadas levaram à apreensão de 100 mil euros em dinheiro vivo, de várias viaturas, armas de fogo e equipamentos electrónicos. Estão em causa crimes de corrupção, tráfico de droga, branqueamento de capitais e associação criminosa.
ZAP
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