Uma equipa de astrónomos ‘tropeçou’ num buraco negro super-massivo num canto inesperado do Universo, “o que implica que esses monstros galácticos são muito mais comuns do que se pensava”.
O buraco-negro gigante, com uma massa estimada de 17 mil milhões de vezes a do nosso Sol, foi descoberto numa região relativamente deserta, revelou a equipa de astrónomos da Universidade de Berkeley, na Califórnia.
O inesperado buraco-negro foi descoberto na galáxia NGC 1600, a 200 milhões de anos-luz de distância da Terra, com a ajuda do telescópio espacial Hubble.
A descoberta foi anunciada num estudo publicado esta quarta-feira na revista Nature.
“Enquanto encontrar um buraco negro gigantesco numa galáxia maciça numa área ‘muito populosa’ do Universo é de se esperar – como encontrar um arranha-céus em Manhattan – parecia menos provável que eles pudessem ser encontrados em pequenas cidades do Universo”, explicou a astro-física Chung-Pei Ma, co-autora do estudo.
“A questão agora é: esta é apenas a ponta de um iceberg?”, explica a investigadora.
“Talvez haja muito mais buracos-negros gigantescos lá fora, que não vivem em arranha-céus em Manhattan, mas num edifício alto em algum lugar nas planícies”, acrescenta Chung-Pei Ma.
Um buraco negro super-massivo pode ter uma massa de cerca de um milhão de sóis e chegar a ter milhares de milhões.
O maior buraco negro super-massivo detectado até à data rebentou todas as escalas, com cerca de 21 mil milhões de massas solares.
Os buracos negros menores, mais vulgares, variam entre dezenas a centenas de massas solares, tornando-se “regiões muito densas no espaço-tempo, com uma força gravitacional tão forte que nem a luz consegue escapar, tornando-os invisíveis”, explica a astrónoma.
“Os buracos negros, que se formam quando estrelas massivas implodem no fim das suas vidas, normalmente escondem-se dormentes e sem serem dectetados nos centros de galáxias”, acrescenta.
Segundo os investigadores, “podem ser detectados pelo efeito gravitacional sobre as órbitas das estrelas à sua volta, e, ocasionalmente, pelo seu espectacular frenesim de alimentação: são uns beberrões de gás e poeira cósmica, engolem estrelas, às vezes inteiras, cuspindo jactos de detritos”.
A descoberta inesperada deste buraco-negro solitário, diz Chung-Pei Ma, sugere que “é possível que os buracos-negros super-massivos possam estar por todo o lado”.
Descansemos no entanto, que se algum houvesse por perto, não estaríamos provavelmente vivos para nos preocupar.
ZAP / ABr
Comentário: aí
está, buracos nos bancos, nos ministérios, no terreno que se pisa, nas
estruturas, buracos nas consciências dos ditos responsáveis (leia amnésias)
quando são chamados às comissões parlamentares para explicar o que o povo já à
muito sabe: desonestidade.
J. Carlos
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