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Seis
países europeus estão envolvidos num projeto à escala mundial de estudo da
doença de Parkinson para desenvolverem um teste de deteção precoce, reunindo-se
hoje em Lisboa todos os membros do consórcio.
O
trabalho, apoiado com fundos da União Europeia, tem a Faculdade de Motricidade
Humana como um dos parceiros e pretende criar o primeiro teste de deteção
precoce da doença de Parkinson, já que tal permitirá mais qualidade de vida aos
doentes, como explicou à Lusa o coordenador do projeto em Portugal, José Alves
Diniz.
Além
de Portugal participam no projeto instituições ligadas à saúde e à tecnologia
da Grécia, Bélgica, Alemanha, Suécia e Reino Unido, todos presentes nas
reuniões de Lisboa (uma delas hoje), as primeiras depois de uma reunião na
Grécia quando da constituição do consórcio, em Fevereiro passado.
São
ao todo 11 organizações, desde universidades a centros de pesquisa e de
tecnologia, que vão trabalhar quatro anos no i-Prognosis, para criar um
diagnóstico precoce da doença mas também desenvolver intervenções que melhorem
a qualidade de vida do doente.
José
Alves Diniz, também presidente da Faculdade de Motricidade Humana, explicou à
Lusa que os trabalhos estão em fase inicial mas que se pretende criar uma
plataforma à qual as pessoas podem aderir através de uma aplicação de um
telemóvel ou tablet, por exemplo.
A
aplicação vai medir a forma como as pessoas usam o teclado e a voz (não o
conteúdo das conversas mas o tom) e detetar alterações que possam indicar o
início da doença. Em caso positivo (de possível deteção) as pessoas são
aconselhadas a procurar um médico.
O
alvo são pessoas com mais de 55 anos mas o número de adesões ou a origem não
tem limite, explicou o professor, explicando que o processo é todo automático e
nunca está em causa a privacidade dos participantes.
"O
diagnóstico da doença só se faz com alguns testes, que só têm capacidade de a
detetar numa fase já muito avançada, e por isso fica limitada a capacidade
intervenção para retardar os sintomas", disse o responsável, para quem o
sucesso do trabalho, em termos de adesão, pode levar a que no futuro esses
sintomas possam ser detetados precocemente. "É importante este contributo
para o futuro", afirmou.
A
doença de Parkinson é progressiva e incapacitante e não tem cura. É causada
pela perda de células cerebrais específicas e caracteriza-se por tremores e
outros problemas motores, afetando 63 milhões de pessoas no mundo, sendo mais
comum nos países ocidentais,
"Termos
uma forma objetiva e mais fácil e capaz de detetar a doença mais precocemente
será um avanço significativo relativamente a futuros doentes", disse José
Alves Diniz, para quem o projeto de investigação permite também o
aconselhamento das pessoas, quer em termos de alimentação ou atividade física,
quer em termos de interação com o médico.
"Uma
vertente do projeto são também as recomendações que são criadas, no sentido por
exemplo de retardar os sintomas mais graves", explicou.
Das
organizações que participam, incluindo especialistas em Parkinson ou em
envelhecimento, Portugal está representado pela Faculdade e pela empresa Plux,
da área da investigação e tecnologia aliada à saúde
A
doença de Parkinson afeta pessoas que por norma têm mais de 55 anos e não tem
cura nem forma de a reverter. Tem como alguns dos primeiros sintomas a prisão
de ventre, perda de olfato, distúrbios do sono e depressão e dor.
Fonte:
Lusa
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