O presidente dos Estados Unidos criticou este domingo o populismo do candidato republicano à sua sucessão, Donald Trump, sem nunca o nomear, durante uma cerimónia de entrega de diplomas na Universidade Rutgers, perto de Nova Iorque.
O presidente nort-americano Barack Obama convidou os estudantes a não pensar numa hipotética idade de ouro norte-americana, e considerou que os “bons velhos tempos não tinham sido assim tão bons”, citando a discriminação racial, a pobreza ou o lugar das mulheres na sociedade.
“O mundo nunca esteve tão interligado, construir muros não mudará nada”, declarou Obama, numa referência à proposta de Trump de construir um muro na fronteira com o México.
Sem nunca nomear o nome do republicano, o presidente norte-americano acrescentou que nenhum muro poderá deter as epidemias de Zika ou Ébola, ou resolver os problemas de competitividade relacionados com a globalização.
“Isso não vai melhorar a nossa economia ou a nossa segurança. Isolar ou denegrir os muçulmanos, ou sugerir que sejam tratados de forma diferente nas fronteiras é contrário não só aos nossos valores, como também aquilo que somos”, disse.
“Isso contradiz o facto de o nosso crescimento, as nossas inovações, o nosso dinamismo terem sido sempre alimentados pela nossa capacidade de atrair os melhores dos quatro cantos do planeta”, sublinhou.
O presidente norte-americano denunciou os políticos que rejeitam, em nome do politicamente correto, a ciência e a razão.
“Na política, como na vida, a ignorância não é uma virtude”, afirmou.
“Não é fixe não saber do que se fala. E isso nada tem a ver com o ser franco ou dizer a verdade, ou lutar contra o politicamente correto. Trata-se apenas de não saber o que se diz”, acrescentou, numa referência clara a Trump, que afirma ser um candidato politicamente incorreto.
Barack Obama participava na cerimónia de entrega de diplomas da Universidade Rutgers, onde em 2014 e após um protesto de estudantes foi cancelada a presença da republicana Condoleezza Rice, ex-secretária de Estado do presidente George W. Bush, devido ao seu papel no início da guerra do Iraque.
“Na minha opinião parece-me errado pensar que este país nada podia aprendercom a sua intervenção e que seja benéfico não lhe dar a palavra”, criticou o presidente democrata.
/Lusa
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