segunda-feira, 16 de maio de 2016

ESTAMOS COM UMA BOMBA-RELÓGIO DEBAIXO DOS PÉS


 
Pedro Nunes / Lusa
António Saraiva, presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal
O presidente da CIP defende que é preciso encontrar um instrumento que retire de banca o crédito malparado, alertando que Portugal “está com uma bomba relógio debaixo dos pés”.
Em entrevista ao Jornal de Negócios, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, afirma que o crédito malparado deve “andar à volta dos 20 mil milhões de euros” e que, por isso, é preciso retirar da banca o volume de crédito, dando possibilidade às empresas de amortizarem as dívidas, “alongando prazos” ou transformando dívida em capital.
“Se isto não for feito, as empresas dificilmente irão obter crédito junto da banca, não recebendo a tempo dos seus clientes, às vezes do próprio Estado, as empresas vão acabar por morrer. Vão morrer, vão causar mais desemprego. Estamos com uma bomba-relógio debaixo dos pés“, alerta o presidente da CIP.
António Saraiva refere que está preocupado com a “espanholização da banca” sublinhando que a maioria do financiamento das empresas (cerca de 80%) “faz-se via banca”, ao contrário do que se verifica nos Estados Unidos.
“Há que alterar este quadro e isso não se faz de um dia para o outro. Isto tem de se fazer com uma banca que esteja preparada para aceitar este desafio”, afirma o responsável pela CIP.
Em relação ao executivo, António Saraiva critica a falta de ambição do Governo na redução estrutural da despesa, mas, mesmo assim, afirma que a Comissão Europeia não se pode tornar num “fator de instabilidade” aplicando sanções a Portugal, por incumprimento das metas do défice.
Seria inadmissível a imposição de sanções, que nunca antes foram utilizadas. Muito menos, em nome de um conceito discutível, que tem sido criticado. Seria inaceitável”, critica o presidente da CIP, referindo-se aos cálculos do défice estrutural.
Na entrevista ao Jornal de Negócios, António Saraiva afirma também que a globalização fragilizou a indústria e propõe inverter a situação.
“Estamos no limiar de uma nova realidade industrial e temos setores de atividade como o têxtil, o calçado, o agroalimentar e outros que podem ser reapreciados e reposicionados, de modo a termos na nossa indústria e serviços, associados, uma oportunidade para reestruturar, reinsdustrializar”, diz António Saraiva, recordando que a CIP tem em curso o projeto Política Industrial para o Século XXI para a validação de ideias para a inovação do setor.
ZAP / Lusa
Comentário: os banqueiros brincam com os depositantes, com os políticos e com o governo. Fazem o que querem e sobra-lhes tempo para se movimentarem impunemente, enquanto o triste do cidadão pagante de impostos até ao pescoço, á mais pequena falha leva pela medida grossa.
Acorda POVO! Em que País vivemos nós afinal? Por onde anda a justiça cega? Ou será que passou a ter olhos, e só agarra quem lhe apetece? Não tenho conhecimento de um bancário a cumprir pena de prisão efectiva, andam todos por aí como se nada tivessem praticado, de peito cheio, de cerimónia em cerimónia, respirando ar de impunidade e de pura inocência.
J. Carlos

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