A semana
nacional de luta da CGTP, que hoje se inicia, será marcada por centenas de
ações e de plenários de trabalhadores em todo o país e culmina com uma
manifestação nacional da Função Pública, na sexta-feira, em Lisboa.
Apesar do
"sentimento generalizado de mais segurança e confiança" face à
recuperação de alguns direitos, como a reposição dos feriados, dos salários, o
aumento do salário mínimo nacional, a redução da sobretaxa do IRS, a reposição
de complementos de reforma, o secretário-geral da CGTP considera que "este
é um tempo que justifica uma mobilização nacional contra ingerências de que
Portugal está a ser vítima".
A defesa do
emprego e o combate à precariedade, a dinamização da negociação na
Administração Pública, o fim dos "bloqueios dos patrões" à
contratação coletiva, o aumento geral dos salários e a reposição das 35 horas
nos setores público e privado são os "eixos centrais" da intervenção
da CGTP ao longo desta semana, segundo Arménio Carlos.
Esta semana de
luta nacional, de 16 a 20 de Maio, que termina com uma manifestação nacional de
funcionários públicos, não pretende pôr em causa o Governo, mas identificar os
problemas dos trabalhadores e dar força aos compromissos assumidos pelo
executivo, referiu o sindicalista.
No entender de
Arménio Carlos, "a resposta que os trabalhadores da Função Pública vão dar
na próxima sexta-feira é a resposta adequada de que os compromissos são para
cumprir e que estão disponíveis para fazer tudo, com todos aqueles que estão
sintonizados com a concretização da reposição das 35 horas, para obstaculizar
às pressões externas ou internas que se venham a verificar para impedir que
aquilo que é um dos direitos dos trabalhadores venha a ser concretizado".
A CGTP inicia
esta semana de luta com uma greve, seguida de uma manifestação dos
trabalhadores da Frauenthal Automotive, no Cartaxo, logo na segunda-feira. No
dia seguinte, haverá uma concentração de trabalhadores da administração local,
em Lisboa e, um dia depois, está prevista uma concentração seguida de
manifestação dos trabalhadores do setor têxtil, em Famalicão.
Para
quinta-feira está prevista uma greve dos trabalhadores da Portway e da
Groundforce, em Lisboa e, no dia seguinte, a semana de luta da CGTP encerra com
uma manifestação nacional da Função Pública, também em Lisboa, pela reposição
das 35 horas a 01 de Julho, conforme assumiu o Governo.
Ao longo desta
semana serão ainda realizados centenas de plenários de trabalhadores, por todo
o país, em que serão discutidos cadernos reivindicativos onde constam matérias
como salários, combate à precariedade, horários de trabalho, pagamento de
trabalho extraordinário e outras exigências dos trabalhadores.
"Procuraremos
identificar, em cada um dos dias, uma questão concreta, um problema objetivo
que queremos resolver", disse ainda Arménio Carlos a propósito das várias
ações de luta previstas para esta semana.
Entre greves,
concentrações e paralisações, a CGTP já realizou 59 ações de luta desde 01 de
Janeiro deste ano até 11 de maio último, face às 86 [ações de luta] levadas a
cabo pela Inter em igual período de 2015, segundo os dados da central sindical
facultados à agência Lusa.
Fonte: Lusa
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