Morreu esta segunda-feira, aos 90 anos, o artista plástico Querubim Lapa, o artista que fez de Lisboa a sua galeria.
Uma fonte familiar informou à agência Lusa que o corpo vai estar em câmara ardente a partir das 17h de terça-feira na Basílica da Estrela, em Lisboa.
Arista multidisciplinar, Querubim Lapa destacou-se como um dos principais ceramistas portugueses, com destaque para os vários painéis de azulejo localizados em vários espaços públicos da capital portuguesa.
Os trabalhos podem ser vistos na pastelaria Mexicana, na reitoria da Universidade Lisboa, na Avenida 24 de Julho, na estação Bela Vista do Metropolitano de Lisboa e no Banco de Portugal, pelo qual ganhou o prémio de azulejaria da Câmara Municipal de Lisboa.
A 10 de junho de 2015, foi condecorado como Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
“É uma referência histórica da cerâmica portuguesa na geração do após-guerra vinda a seguir a Jorge Barradas”, afirmou à agência Lusa o professor José Augusto França.
“A última notícia que tive da sua obra foi, há poucos anos, a infeliz destruição da obra que realizou na antiga livraria do Diário de Notícias ao Chiado, perda patrimonial que deve ser moralmente recordada na altura de desaparição do artista”, acrescentou.
Numa nota publicada esta terça-feira no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou o seu pesar pela morte de Querubim Lapa, que considerou um “nome maior da arte da cerâmica e da azulejaria, com uma obra imensa”.
A nota destaca que o artista dedicou a “sua longa vida à criação de obras notáveis”, como a cerâmica e a azulejaria, mas também na pintura, escultura, tapeçaria e desenho, “com traços distintivos e um estilo autêntico incomparável“.
“Cidadão interveniente e atento à realidade do povo português, foi pelas suas criações artísticas que manifestou a sua liberdade e o seu talento”, é referido.
Na nota da Presidência a República é também destacado que Querubim Lapa foi um “homem completo, um professor dedicado a ensinar às gerações mais novas o que ele próprio aprendera com grandes mestres, como Barata Feyo e Trindade Chagas”.
“Deixa-nos uma obra imensa, de inquestionável valor identitário nacional, e que decerto perdurará além do seu criador e na memória de todos os portugueses”, é ainda sublinhado.
ZAP / Lusa
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