sábado, 11 de junho de 2016

JORNAL ITALIANO CAUSA POLÉMICA AO OFERECER “MEIN KAMPF” AOS LEITORES


 
O jornal italiano Il Giornale oferece este sábado aos seus leitores o livro Mein Kampf, do ditador alemão Adolf Hitler, numa ação que chocou a comunidade judaica e até o primeiro-ministro, Matteo Renzi.
O jornal italiano explica que o controverso Mein Kampf, “A Minha Luta”, faz parte de uma primeira série de oito livros dedicados ao Terceiro Reich, que serão vendidos semanalmente.
O primeiro-ministro italiano Matteo Renzi reagiu vivamente na sua conta no Twitter à publicação desta obra programática, escrita em 1925.
“Acho assustador que um jornal italiano proponha hoje o Mein Kampf de Hitler. Saúdo afetuosamente a comunidade judaica. Nunca mais! », escreveu Renzi na rede social.
Também o presidente da comunicade judaica italiana, Renzo Gattegna, considerou indecente a iniciativa do jornal.
O jornal justifica a ação de oferecer aos leitores o polémico livro, numa versão de 1937 comentada pelo historiador Francesco Perfetti, pela necessidade de “conhecer para rejeitar“.
“Ler o Mein Kampf é um verdadeiro antídoto contra o nacional-socialismo“, defende o historiador num artigo publicado no Il Giornale.
Uma edição comentada pelos estudiosos da obra foi publicada no início de janeiro, na Alemanha, pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial, depois de os direitos do livro terem passado para o domínio público.
De acordo com o investigador italiano Frediano Sessi, citado pela cadeia RaiNews24, é lamentável que esta publicação não siga o exemplo da edição alemã, na qual foram publicadas “3500 notas críticasao texto do Führer”.
Dirigido por Alessandro Sallusti, o jornal é conhecido pelas suas posições de direita, inclusivamente sobre a questão da imigração, e é propriedade de Paolo Berlusconi, irmão do antigo chefe de Governo Silvio Berlusconi. Tem uma tiragem diária de 200.000 exemplares.
Todas as questões relacionadas com o nacional-socialismo são particularmente sensíveis em Itália, devido aliança que houve entre Hitler e o regime fascista de Benito Mussolini.
ZAP / Lusa

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