Os estragos foram causados na segunda-feira na Universidade de Coimbra, na sequência de uma manifestação contra a sua passagem a fundação.
O Conselho das Repúblicas demarcou-se da iniciativa de ocupar o edifício da Reitoria. Em comunicado, os promotores do protesto referem que pessoas "alheias à organização tomaram a iniciativa de ocupar o edifício da Reitoria" e que os estragos causados no património da Sala das Armas no Paço das Escolas "foram atos irresponsáveis", que repudiam "veementemente".
"Como tal, o Conselho das Repúblicas não pode senão demarcar-se dos estragos no quadro e no alarme de incêndio dentro da Reitoria, descritos e visíveis nas imagens endereçadas pelo Reitor no seu comunicado", lê-se no documento.
Na quarta-feira, o gabinete de comunicação da reitoria da UC informou que "está a ser analisada a dimensão dos estragos" provocados pela manifestação dos estudantes e a apresentação de uma queixa-crime.
Segundo o reitor João Gabriel Silva, algumas dezenas de pessoas "subiram as escadarias que levam até à Sala das Armas no Paço das Escolas e entraram na Sala Amarela, apesar de ela estar vedada ao público", e desrespeitaram "o património", "riscaram quadros antigos presentes na sala, fazendo até inscrições num deles".
As mesmas pessoas fizeram ainda "disparar o alarme de incêndio, partindo elementos do sistema de deteção e quase arrombaram as portas da Reitoria para 'conseguir falar com o reitor', sem terem solicitado qualquer encontro", segundo o reitor.
Além de condenarem os atos estudantis, o Conselho das Repúblicas repudia também que o reitor da Universidade de Coimbra "nos acuse de desencadear os estragos, atribuindo ao coletivo algo que é apenas da responsabilidade de quem o cometeu".
"Ao imputar às 25 Repúblicas esta ação individual, o reitor colocou em causa o nome e a segurança das mesmas e de quem nelas vive, tendo já desencadeado represálias infundadas", refere o comunicado.
O Conselho das Repúblicas denuncia ainda a tentativa de mascarar o que pode significar o regime fundacional para a UC, considerando que "ameaça a existência de um ensino superior público e de qualidade", desresponsabilizando o Estado da sua missão e das suas funções.
"Afirmamos que a luta anti-fundação será contínua e quer-se heterogénea, constituída com a força e as diversas perspetivas de todos os elementos da comunidade universitária diretamente afetados pela eminente adoção deste regime", refere ainda o comunicado estudantil
Fonte: TSF/Lusa
Foto: Arquivo Global Imagens
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