Doar
sangue
O
sangue é um bem escasso que é necessário em várias situações de
urgência (cirurgias, tratamentos de quimioterapia e radioterapia,
anemias) e que não pode ser obtido artificialmente, pelo que o acto
de dar sangue é extremamente importante.
Apesar
de haver tipos de sangue que são compatíveis com todos os outros
tipos (como o O+, considerado o dador universal), todos os tipos de
sangue são necessários! Para dar sangue é necessário que
seja saudável, tenha hábitos de vida saudáveis, tenha entre 18 e
65 anos (a primeira dádiva só pode ser feita até aos 60 anos) e um
peso superior a 50kg.
Não
pode ser dador de sangue (informações disponíveis no site do
Instituto Português do Sangue e da Transplantação):
-
Caso alguma vez tenha utilizado drogas por via endovenosa ou tenha tido comportamentos sexuais promíscuos;
-
Caso tenha sido, ou seja, parceiro de alguém nas situações anteriormente descritas, ou que seja seropositivo ou portador dos vírus da Hepatite B ou C;
-
Se tem história familiar de Doença de Creutzfeldt-Jakob e variante;
-
Se fez tratamento com hormona de crescimento, pituitária ou gonadotrofina de origem humana;
-
Se fez transplante de córnea ou dura-máter;
-
Se fez transfusão;
-
Se tem Epilepsia, Diabetes insulino-dependente ou Hipertensão grave;
-
Se teve parto nos últimos 6 meses ou está a amamentar (só pode dar sangue três meses após o término do aleitamento);
-
Se fez um tratamento dentário (por exemplo extração dentária) há menos de uma semana;
-
Se teve um novo(a) parceiro(a) sexual nos últimos 6 meses;
-
Se nos últimos 4 meses:
-
foi operado (caso tenha tido complicações, só poderá dar sangue 6 meses após a cirurgia);
-
fez endoscopia;
-
fez tatuagem ou piercing nos últimos 4 meses;
-
Fez tratamentos de acupuntura;
-
Na
dádiva de sangue recolhe-se cerca de 450 ml de sangue (temos cerca
de 5 litros de sangue em circulação), num processo que demora, no
total (incluindo inscrição, avaliação médica e dádiva) cerca de
30 minutos. No final é-lhe dada uma refeição ligeira. O
sangue recolhido é “resposto” pelo organismo, pelo que não há
prejuízo para o dador. Assim, os homens podem dar sangue de 3 em 3
meses (ou seja, quatro vezes por ano) e as mulheres de 4 em 4 meses
(três vezes por ano).
Não
há qualquer possibilidade de contrair doenças através da dádiva
de sangue, pois todo o material utilizado é estéril e descartável
(ou seja, usado uma única vez).
Dar
medula
óssea
A
medula óssea é um tecido de consistência mole que se encontra no
interior dos ossos longos e na zona esponjosa dos ossos da bacia. Na
medula existem células indiferenciadas que originarão vários tipos
de células do sangue: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e
plaquetas.
Aquilo
que se pretende com a doação de medula óssea é adquirir essas
células mais indiferenciadas do dador para posteriormente as
introduzir na corrente sanguínea do doente para que originem novas
células saudáveis.
Para
ser dador é necessário que tenha entre 18 e 45 anos e, no mínimo,
pese 50 kg. Não pode ter nenhuma doença crónica, ou auto-imune,
nem ter recebido uma transfusão de sangue desde 1980.
Se reúne
estas condições e quer ser dador, basta que se dirija ao
Posto Fixo da ADASCA, localizado no Mercado Municipal de Santiago,
1º. Piso, Lojas G/F, cujo
mapa de sessões de colheitas pode ser consultado no site
www.adasca.pt.
Terá que preencher um questionário que será avaliado por um médico
e, após isto, será feita uma colheita de sangue para identificar as
suas células. Posto isto, estará inscrito no CEDACE (Centro
Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea). Depois, restará
apenas esperar que surja alguém que necessite das suas células.
Poderá desistir a qualquer momento, mas o ideal é que, antes de se
inscrever, pondere bem sobre o assunto para que, quando chegar o
“momento da verdade”, não crie falsas expectativas nos doentes.
A
colheita de medula pode ser feita de duas formas: através da punção
(picada) dos ossos pélvicos (o que requer anestesia geral e uma
breve hospitalização) ou de forma mais simples, através da
colheita do sangue de uma veia do braço (o sangue do dador é levado
a uma máquina por forma a retirar as células pretendidas
(indiferenciadas) e depois é novamente reposto na circulação
sanguínea). O dador pode escolher a forma pela qual quer doar.
Dar
plaquetas
As
plaquetas são um tipo de células presentes no sangue que têm como
função a coagulação sanguínea/estancar hemorragias.
A
transfusão de plaquetas é necessária para alguns doentes em
tratamentos de quimioterapia ou radioterapia (que lesam a medula
óssea e diminuem a produção de plaquetas), doentes oncológicos
com risco de hemorragia, doenças do sangue, com indicação de
cirurgia ou os que são submetidos a transplante de medula óssea.
A
colheita de plaquetas faz-se de forma semelhante à colheita de
medula: o sangue do dador é dirigido a uma máquina por forma a
separar e retirar plaquetas (retira-se apenas 10% do valor total
existente no dador) e, logo de seguida é “devolvido” à
circulação do doente. Através deste processo adquire-se maior
número de plaquetas do que pela colheita de sangue total.
A
quantidade retirada de plaquetas é reposta em 24 horas. A doação
pode ser feita mensalmente e tem uma duração variável entre 45 a
60 minutos. Para além dos requisitos semelhantes aos dadores de
sangue, é necessário que a contagem de plaquetas seja superior a
180 mil e que as veias do dador tenham um bom calibre (para evitar
hematomas). Normalmente a doação de plaquetas realiza-se mediante
marcação nos serviços de sangue.
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