Muito se tem especulado que alterações estarão para vir na relação Bombeiros-INEM, que foi aliás, alvo da assinatura conjunta de um documento entre a LBP, o INEM e a ANPC.
No que concerne a aquisição de ambulâncias para os Postos de Emergência Médica (PEM) existirão profundas mudanças.
O actual modelo de cedência de ambulâncias do INEM às corporações encontra-se desgastado, sendo que as mesmas apresentam um significativo envelhecimento, criando assim:
- Elevados custos de manutenção
- Paragens frequentes e prolongadas devido a avaria
- Eventual falta de condições das viaturas
- Falta de segurança dos tripulantes, das vítimas e dos utentes da via pública
Alguns dados a que o BPS teve acesso, confirmam que o parque automóvel de ambulâncias distribuídas aos PEM está em risco de ruptura. A sua média de idade é bastante elevada para este tipo de veiculo, atingindo já, o seu limite máximo, a saber:
- 65,5% das ambulâncias têm 8 ou mais anos
- 41 PEM têm uma ambulância com 12 ou mais anos
- 8,3 é a média de anos das ambulâncias afetas aos PEM
Em 2016, o INEM deu ordem de reparação de viaturas, a 3.419 casos em ambulâncias adstritas aos PEM. Segundo fonte do INEM ouvida pelo BPS garante que “a necessidade de controle rigoroso destes processos, associada à morosidade de muitas das reparações origina conflitos frequentes com as entidades que operam essas ambulâncias”, o que nem sempre é de salutar na relação Bombeiros-INEM.
De salientar que o actual modelo de aquisição dos meios auto para o INEM é bastante moroso, sendo que entre a abertura do procedimento e a entrega dos veículos decorrem, por força de imposições legais, em média 23 meses.
Pelo atrás exposto, e à semelhança do que já tinha feito com as viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER), o INEM sentiu necessidade de agilizar a aquisição, manutenção e “fim de vida” das ambulâncias colocadas nos PEM.
O INEM instituirá um novo modelo em que irá subsidiar a entidade (bombeiros) para a aquisição, equipamento e manutenção de ambulância.
Esta alteração, segundo o INEM, terá as seguintes vantagens:
- Aquisição mais rápida de ambulâncias, estimada em dois a três meses, garantindo-se a renovação mais célere da frota
- Racionalização de custos, dado que as entidades parceiras do SIEM podem adquirir ambulâncias por um custo menor, porque têm um regime de IVA mais baixo do que aquele que é aplicado ao INEM (actualmente 6%, face à taxa de 23% aplicada ao INEM).
- Reforço da cooperação Bombeiros-INEM e LBP-INEM
- Aumento da responsabilização das entidades que operam os PEM na manutenção das ambulâncias, dado que as mesmas são propriedade dessa entidade
- Findo o período definido para a duração do protocolo, a ambulância mantém-se na entidade parceira, ao invés de ser retirada como sucede actualmente;
- Possibilidade de os corpos de bombeiros contratarem condições mais favoráveis com oficinas locais ou poderem executar directamente pequenas reparações
Os protocolos de cooperação serão divididos em três níveis quanto à sua duração:
- Mais de 3000 accionamentos por ano – 6 anos de protocolo
- Entre 1000 e 3000 accionamentos por ano – 7 anos de protocolo
- Menos de 1000 accionamentos por ano – 8 anos de protocolo
Quanto aos encargos, estima-se que a criação de um PEM segundo este novo modelo, além dos valores respeitantes ao subsídio trimestral e ao pagamento dos accionamentos, poderá ter a seguinte estrutura de custos no seu ano inicial, ou seja, para aquisição da ambulância e seu equipamento:
- Comparticipação para aquisição: 40 000€
- Equipamentos: 3000 €
- Manutenção + Seguros Valor (em euros)
1º e 2.º anos -2.000 euros / ano
3º e 4.º anos – 2.200 euros / ano
5º e 6.º anos – 2.500 euros / ano
7º e 8.º anos – 2.900 euros / ano (quando aplicável)
O BPS sabe que as ambulâncias PEM adquiridas segundo este novo modelo, terão um design ligeiramente diferente. Embora mantendo todas as características técnicas e um visual que as identifique como sendo “INEM” (cor RAL 1026), irão incorporar alguns elementos diferenciadores associados aos bombeiros, sendo no fim do protocolo pintadas com a cor vermelha (RAL 3000) conforme o regulamento de transporte de doentes dita.
Ainda segundo o INEM, entre 2018 e 2021, com este novo modelo de financiamento será possível adquirir 70 novas ambulâncias por ano e colocar 5 PEM suplementares (ou seja, 2.ª ambulância num Corpo de Bombeiros).
Fonte: BPS
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