Na tentativa de fugir ao vício os jovens pedem para serem impedidos de jogar. As apostas online foram legalizadas em Portugal há dois anos.
Em média são cerca de mil jogadores por mês que pedem para serem impedidos de ter acesso a casas de apostas online, segundo dados do primeiro Relatório Atividade do Jogo Online em Portugal a que a Lusa teve acesso. Ao todo há cerca de meio milhão de contas registas neste tipo de sites no país.
Estes números revelam “a atração que a sociedade tem pelo jogo” e por “este novo modo de jogar”, diz o coordenador do Instituto de Apoio ao Jogador (IAJ), Pedro Hubert, citado pela agência.
No entanto o especialista advertiu que este tipo de apostas representa “um risco grande”, principalmente para os jovens, porque tem uma “série de atrativos”, como ser “fácil, barato, cómodo e seguro e “estar “sempre disponível”, que “favorece muito a adesão ao jogo”. Pedro Hubert explicou que os jovens são “uma população de risco” devido a uma “série de particularidades” que os caracterizam, como “a imaturidade, a impulsividade, a tomada de decisão e a ilusão de controlo”.
Segundo o relatório publicado no ‘site’ do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), pode analisar-se o interesse dos jovens neste tipo de jogo.
O relatório indica que, no primeiro trimestre do ano, 4,3 mil jogadores – cerca de 2,2% do total – pediram autoexclusão, um mecanismo que pretende “prevenir o jogo excessivo e evitar comportamentos e práticas aditivas”. Este mecanismo funciona, no entanto os jogadores podem migrar para outros sites não licenciados, um caso que o especialista explica que “o problema não está no jogo”, mas na relação problemática que algumas pessoas têm com o jogo.
Para evitar estas situações, as pessoas “têm de ser informadas sobre os riscos” que correm, sobre “as formas saudáveis de jogar” e os tratamentos que existem no caso de sentirem problemas, defendeu o especialista em jogo patológico.
Fonte: Jornal Económico com agências
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