O Ministério da Saúde pretende cortar, de forma irresponsável, mais de 22 milhões de euros numa área já muito sacrificada na saúde: a Urgência. A denúncia é da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos que aponta para as consequências "extremamente graves" nos serviços de Urgência face à entrada em vigor do diploma de execução orçamental que determina o corte de 35 por cento nos gastos com a contratação de médicos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“É uma medida desumana que terá um impacto muito negativo numa área já bastante debilitada do SNS. Os recursos humanos nas urgências são atualmente insuficientes e não conseguirão resistir a um corte de mais de 1/3 na prestação do serviço assegurado na esmagadora maioria dos hospitais”, diz Carlos Cortes, expressando a sua preocupação.
“Em 2016 foram alocados 64 milhões de euros em prestação de serviço para garantir o funcionamento das urgências. Cortar mais de 1 terço desta verba irá irremediavelmente prejudicar o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde, o que se afigura uma medida profundamente desumana”, critica o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.
"Ao cortar nos gastos em prestação de serviço antes de resolver o grave problema dos recursos humanos, o Ministério da Saúde está a demonstrar o princípio aberrante de que não dá garantias nem respeita os utentes do Serviço Nacional de Saúde", assume Carlos Cortes. "Esta é das piores e mais graves medidas que foram tomadas no SNS. Não se pode colocar em risco a vida das pessoas num serviço de Urgência por falta de médicos. Não podemos permitir essa desumanidade", conclui.
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