quinta-feira, 8 de junho de 2017

Adieu secretas// Mais 155 euros para juízes// Dia D no Reino Unido e EUA

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
O ex-director do FBI vai denunciar Trump (como diz o ditado, "olho por olho..."): a imprensa americana teve já acesso ao depoimento que James Comey hoje fará no Senado, onde este dirá que o Presidente lhe pediu "lealdade" e o pressionou repetidas vezes para dizer publicamente que ele não estava a ser investigado pela agência por suspeitas de ligações à Rússia. O Manuel Louro conta-nos os detalhes.
...Dente por dente, no rescaldo dos atentados em Teerão: depois de Donald Trump dizer que os terroristas escolheram um Estado terrorista como alvo, o presidente do Irão dispensou as condolências "repugnantes" de Trump. A Isto não se pode chamar um bom início de conversa.
Mais um teste na península de todos os perigos. A Coreia do Norte lançou vários mísseis para o mar, menos de uma semana depois de o Conselho de Segurança da ONU ter imposto novas sanções contra Pyongyang.
Mais umas palavras de Putin (que provam que o silêncio é de ouro)“Não sou mulher, por isso não tenho dias maus”, disse o Presidente russo ao realizador Oliver Stone.

As notícias do dia

Na manchete de hojeum dado para percebermos a tensão na Justiçao Governo diz que só pode dar mais 155 euros mensais aos juízes. É a reposição da totalidade do suplemento remuneratório que tinha sofrido um corte de 20% em 2011. Francisca Van Dunem esteve no Parlamento e voltou a dizer que não há forma de fazer crescer mais os salários dos magistrados. Mas os juízes não acham isto suficiente.
Sobre greves, António Costa disse alguma coisa ontem, na entrevista à SIC. Nomeadamente confirmando que accionará os serviços mínimosEm risco estão mais de 76 mil alunos que fazem exames nesse dia, como contamos aqui.
Costa falou também de défice e dívidaMas não falou das secretas (e aí havia coisas a perguntar). Como saberá, Pereira Gomes desistiu de liderar as secretas - e hoje percebemos melhor porquê: DN conta hoje que o embaixador, quando esteve em Timor, não entregou a Lisboa os planos da Indonésia de espalhar o caos caso o referendo ditasse a independência. E acrescenta que questionou o embaixador sobre isso poucas horas antes da sua "renúncia" ao cargo. Aqui no Público, o Luciano Alvarez fez a cronologia dos tempos de brasa em Timor, para que perceba o que se passou por lá (que explica o que se passou por cá agora). No Editorial do dia, eu lá peço encarecidamente a António Costa e Passos Coelho que aproveitem o regresso à casa de partida para dar nova vida às secretas.
O Governo diz "não" ao PCP e Bloco. Na entrevista PÚBLICO/RR, Vieira da Silva não podia ser mais claro: “Nenhum sistema dá direito a 23 anos de pensão”. É mesmo um "não" às propostas sobre reforma antecipada, mas também à antecipação de medidas laborais. Ou sequer a uma grande revisão do Código de Trabalho. E a Santa Casa vai salvar o Montepio? “Não é essa a minha visão” - diz o ministro da tutela. Sobre isso, o João Miguel Tavares tem outra visão.
Outra entrevista do dia, aqui no PÚBLICO“Estaríamos a crescer muito mais se o problema da banca estivesse resolvido”, diz Álvaro Santos Pereira ao Sérgio Aníbal. O ex-ministro, agora na OCDE, elogia o actual padrão de crescimento português e diz que é possível que resultados venham a ser melhores do que o actualmente previsto.
Se por clientes entendermos contribuintes, anote a promessa de Centenoo IRS baixará para quem ganha até 20 mil euros por ano (embora não tenha sido exactamente o que disse Costa na SIC, mas lá iremos).
Pendurada está a polémica da EDP. Ontem, a oposição pediu para ouvir a ERSE sobre as rendas da energia, "com urgência". E hoje o ex-secretário de Estado Henrique Gomes conta no DN as pressões que sentiu quanto teve a pasta nas mãos.
E agora há mais esta: a presidente da CMVM acusa o Governo de ter impostoum corte de despesa "ilegal". E diz não ter dinheiro para salários no fim do ano. A seguir.

Para saber mais 

1. No Reino Unido, chegamos a mais um dia D. E aqui no PÚBLICO temos um guia para lhe oferecer. Começa com uma reportagem da Ana Fonseca Pereira em Londres, junto de um deputado trabalhista que mal quer acreditar nos erros que o seu líder cometeu. Mas este é o problema do dia: May apostou tudo e uma vitória curta não lhe chega. Nesta recta final, houve sondagens para todos os gostos (literalmente), pelo que o melhor é não fazer grandes apostas - e passar à análise do dia, escrita pela Teresa de Sousa: a Europa, mais uma vez, confrontada com o imprevisto. Se quiser um guia para comparar as propostas de May e Corbyn, o melhor que encontrei foi este, do Financial Times.
2. Nas escolas, chegou o dia deles. Não contam para a nota. Nem chumbam. Mas são um verdadeiro teste nacional ao que os alunos sabem. Cerca de 100 mil do 5.º ano de escolaridade, com 10, 11 anos, fazem nesta quinta-feira a sua primeira prova nacional. A reportagem é da Clara Viana e do Nuno Ferreira Santos - e chama-se assim: "Na sala do 5.º C as provas de aferição não são motivo para nervos".
3. Da Ciência, uma descoberta surpreendentea nossa espécie é cem mil anos mais antiga do que pensávamos. E a Andrea Cunha Freitas tem detalhes para nos contar: "Os traços do rosto seriam parecidos com qualquer pessoa que hoje se cruza connosco na rua. O crânio tinha uma forma mais alongada. Caçava sobretudo gazelas e zebras. Viveu há cerca de 300 mil anos em África, mais precisamente no Norte de África. Os cientistas dizem que é o primeiro da nossa espécie."
4. No Primavera Sound, o rock pode esperar, anuncia aqui o Vítor Belanciano. E nós, Vítor, podemos esperar o quê? Claro que sim, o Vítor conta tudo (mas não canta, isso fica para eles).

A agenda de hoje
  • É dia de debate quinzenal - e o Governo escolheu a Educação como tema, em resposta à greve anunciada dos professores;
  • O Governo dedica um Conselho de Ministros aos temas do Ambiente, prevendo-se novidades face a Almaraz, por exemplo;
  • O INE dá novos indicadores sobre a economia: o índice de volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas na Indústria, todos relativos a Abril; 
  • O BCE reúne-se em Tallin, aguardando-se (sem grande expectativa) se haverá novidades sobre os estímulos;
  • O ex-director do FBI, James Comey, será ouvido no Senado sobre as alegadas relações de Donald Trump com a Rússia e a sua possível tentativa de obstrução à Justiça;
  • O Reino Unido vai a votos (mas sobre isso já falámos também);
  • E o FC Porto deve apresentar Sérgio Conceiçãoo seu novo treinador

Só mais um minuto...

Não imagina o que encontraram no Brasil: há 115 milhões de anos terá caído na água e, digamos, foi a nossa sorte, pois agora é o cogumelo mais velho de todos. 
E não imagina o que agora nos chega do Brasil: samba leve, levemente, Mallu Magalhães. E conta o Pedro Rios, num texto que me levou a abrir logo o álbum: "'Eu convido todo o mundo para minha festa/ Só não convido você porque você não presta”, canta uma voz de menina em cima de guitarras e ritmos que noutras paragens, noutros discos, noutras canções poriam o diabo no corpo. Você não presta, a canção que abre Vem, é samba, é rock, é samba rock – ou talvez samba pop. Ao quarto disco, a paulista Mallu Magalhães encontrou uma linguagem que extrai do samba e da bossa nova as suas doçuras, rejeitando os seus saborosos pecados." Entre, o resto é para ler aqui.
Festa, também, que agora começa por cá. São os santos populares, pois claro. E conta o João Pedro Pincha: no Corpo Santo "é o Quero cheirar teu bacalhau a noite toda". Juro que começa assim - e começa tão bem :)
Vamos lá então, ainda não aos santos, mas ao dia mais importante das nossas vidas, que é sempre o que está a começar. Nós vamos estar aqui, ao seu lado, ao seu dispor. Dia bom, dia feliz.
Até já!

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