Na sede do PS, o ministro das Finanças respondeu, durante cerca de uma hora, a perguntas através das redes sociais, admitindo estar a estudar uma medida de "alívio fiscal". Eurogrupo também foi tema.
Mário Centeno adiantou, esta quarta-feira, que está a estudar mudanças para o segundo escalão do IRS, tendo em vista o "alívio fiscal" para as famílias de "menores rendimentos", no Orçamento do Estado para 2018.
A garantia foi dada pelo ministro das Finanças, na sede do PS, em Lisboa, durante uma sessão intitulada "PS em Diálogo", na qual o governante respondia a perguntas de dezenas de internautas, por via das redes sociais Twitter e Facebook.
"É comummente aceite que as famílias de menores rendimentos, em particular no segundo escalão de IRS, têm uma taxa marginal de imposto muito elevada. Estamos a desenhar uma medida que vai ao encontro de uma necessidade de alívio fiscal nesse intervalo de rendimentos", afirmou.
Segundo Mário Centeno, a "motivação" que existe dentro do Executivo liderado por António Costa é de "introduzir no IRS um índice de progressividade do imposto que seja adequado, que traga mais justiça fiscal e que se concentre nas famílias de menores rendimentos".
De acordo com a posição manifestada por Mário Centeno durante a sessão, os rendimentos do segundo escalão do IRS - ou seja, os rendimentos anuais entre os 7 mil e os 21 mil euros - têm "uma taxa marginal de imposto muito elevada".
No final de maio, o ministro das Finanças já tinha admitido que havia uma probabilidade "muito grande" de alteração de escalões do IRS para trabalhadores com menos rendimentos, falando numa "alteração do desenho do IRS", o que motivou as dúvidas por parte da oposição.
Na altura, Mário Centeno não se comprometeu com um valor para baixar o IRS, contudo, admitiu que o Governo poderia ir além dos 200 milhões de euros inscritos no Programa de Estabilidade.
À esquerda, já é conhecida a posição de BE e PCP. Se o ponto de partida dos comunistas para as negociações em sede de Orçamento do Estado é o aumento dos atuais cinco para os dez escalões de IRS, os bloquistas pretendem ver incluído um alívio fiscal na ordem dos 600 milhões de euros.
Pelo PS, também Carlos César, líder do grupo parlamentar, já tinha garantido o trabalho tendo em vista um "alívio fiscal.
"O que está em análise é qual a dimensão desse alívio no Orçamento de 2018. Não partimos com quantitativos pré-estabelecidos como fixos, mas, ao longo dos trabalhos preparatórios do Orçamento e do diálogo com os parceiros, chegaremos a uma solução que confirma essa tendência de alivio da carga fiscal", afirmou, no mês de maio.
Eurogrupo? O importante é o cargo no Executivo socialista, mas Portugal deve ter "palavra forte" na decisão
"É muito importante que Portugal tenha uma palavra muito forte nessa matéria [da presidência do Eurogrupo] e o ministro das Finanças de Portugal que estiver em funções será com certeza uma opção muito válida para esse lugar", disse Mário Centeno depois de um questão por parte de um internauta, interessado se o ministro das Finanças está ou não interessado em ser o sucessor do holandês Jeroen Dijsselbloem.
E, sobre a ida para a presidência do órgão, acrescentou ainda: "Não é matéria que me ocupe o pensamento".
Fonte: TSF
Foto: Tiago Petinga/Lusa
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