Enquanto dormia...
Hoje, vai ser um dia decisivo no Reino Unido e nos Estados Unidos. Ora veja porquê.
Os britânicos estão a votar para escolher entre Theresa May e Jeremy Corbyn. Há algumas semanas, seria impossível escrever esta frase - afinal, qual era a escolha? Evidentemente, May ia ganhar com uma larguíssima vantagem. Mas agora vamos ter que esperar. As urnas fecham às 22h e o Observador vai abrir um liveblog a meio da tarde para acompanhar tudo ao minuto.
O que dizem as sondagens? Tudo e o seu contrário: vão desde uma distância enorme entre os conservadores e os trabalhistas a uma diferença de apenas um ponto percentual. Há razões para isso, como por exemplo a imprevisibilidade do voto jovem. O João de Almeida Dias explica tudo aqui.
Os jornais já declararam o seu voto, em editoriais de apoio a cada um dos partidos.
Esta eleição foi antecipada por causa do Brexit - e por causa do efeito do Brexit na economia. Então, como é que as coisas estão? O Edgar Caetano, que está em Londres, escreve que a economia não colapsou – como alguns avisaram – mas surgem sinais de que a vida dos britânicos está a apertar. A "ressaca" do Brexit começa a sentir-se agora.
Nos Estados Unidos, tudo vai parar às 15 horas - a jornalista Sally Quinn comentou ao The New York Timesque até devia ser declarado feriado. Ninguém quer perder o depoimento do ex-diretor do FBI ao Senado sobre a sua relação com Trump. No Observador, também vamos parar tudo para seguir os acontecimentos num liveblog.
James Comey enviou ontem ao Comité dos Serviços de Inteligência, por antecipação, um documento com o seu depoimento. E, naturalmente, houve uma fuga de informação. Segundo o ex-diretor do FBI, no meio das investigações à Rússia,Trump pediu-lhe "lealdade". A CNN seleccionou seis frases que podem comprometer o Presidente.
Para tentar reduzir alguma pressão, Trump anunciou ontem quem será o novo diretor do FBI. Christopher A. Wray já esteve no Ministério Público e o Presidente descreve-o como sendo "um homem de credenciais impecáveis".
António Costa foi entrevistado ontem à noite na SIC e, com o seu reconhecido optimismo, declarou, logo à entrada da sala de maquilhagem, que "o terceiro Orçamento é mais fácil"porque os partidos da esquerda já se conhecem melhor. (Tem alguma graça porque Jerónimo de Sousa, à Antena Um, disse que o Orçamento “não está no papo”.) Mais pontos a reter da entrevista do primeiro-ministro:
- Admitiu acionar os serviços mínimos se se mantiver a greve dos professores no dia dos exames nacionais;
- Prometeu reduzir a taxa de IRS para rendimentos entre o primeiro e o segundo escalão;
- Reconheceu que “não existem condições financeiras neste momento para fazer a antecipação de reformas sem nenhum tipo de penalização”, mas anunciou novidades para 2018, que articulem reformas a tempo parcial com mais emprego jovem;
- Argumentou que o corte de 35% nos médicos tarefeiros eram uma “substituição de despesa” para contratar mais médicos para o quadro;
- Afirmou que só haverá negociações para uma eventual nova "geringonça" depois das legislativas.
Sobre as mudanças nos escalões do IRS, já tinha havido novidades de manhã: Mário Centeno anunciara que o Orçamento vai mexer no segundo escalão de IRS, que abrange mais de um milhão de contribuintes.
Na "geringonça", há vozes divergentes sobre este assunto, como escrevem a Rita Dinis e o Miguel Santos Carrapatoso. Todos querem uma redução do IRS, mas BE e PCPnão admitem cortes na despesa como compensação. O dinheiro, dizem, tem que vir de outro lado.
Depois de uma pouco edificante polémica sobre a sua passagem por Timor, o embaixador Pereira Gomes manifestou ao primeiro-ministro a sua “indisponibilidade” para liderar as secretas. Fazendo de conta que não tinha nada a ver com o problema, António Costa disse na SIC que "o país perdeu a oportunidade de ter um excelente secretário-geral do SIRP". Talvez o próximo nome seja analisado com maior profissionalismo antes de ser anunciado.
Henrique Gomes, o secretário de Estado da Energia que se demitiu do Governo Passos Coelho por causa dos lobbies do sector, fala hoje ao DN: “O lobby da energia defende os seus direitos e os seus interesses, daí não vem mal ao mundo. Mas olobby da energia tem condicionado os governos. E isso acho mal, é um erro”.
Há muito para dizer sobre a compra do Popular pelo Santander ao custo simbólico de um euro:
- Os 300 mil acionistas do Popular ficaram sem nada com a intervenção de emergência de ontem. Os 3,3 mil milhões de euros de perdas vão transformar-se em muitos processos judiciais.
- Ana Botín, presidente do Santander, enviou uma carta aos trabalhadores do Popular que começava com a frase "Bem vindos ao grupo Santander" e acabava com um informal “Um abraço. Ana”.
- Quais são as implicações no ranking português de bancos? O Santander + Popular fica a disputar o segundo lugar com o Millennium bcp.
- Em tempos, Américo Amorim chegou a ser o maior acionista individual do Popular. A Ana Suspiro recorda essa história.
A discussão sobre as rendas em Lisboa e Porto prossegue, com a polémica do alojamento local à mistura, por isso é bom olhar para os números: a startup britânica Nested publicou um estudo com as rendas médias em 50 cidades do mundo.
Isto está quente, quente. Nos últimos dois meses, o FC Porto fez quatro acusações públicas ao Benfica e a última, de corrupção na arbitragem, vai ser investigada pelo Ministério Público.
Foi conhecido ontem um vídeo que mostra o momento em que os terroristas de Londres são abatidos pela polícia, quando estavam a esfaquear um homem que passara por eles.
A nossa Opinião
Helena Garrido escreve "Mexia, o último dos gestores (públicos)": "A vida para além do défice público é ainda pior. A história da EDP é mais um exemplo do preço que pagamos pela indisciplina financeira. A corrupção pode não existir mas prospera nestes ambientes".
Rui Ramos pergunta, num vídeo de opinião: "Em Portugal havia alguns corruptos, ou afinal era tudo corrupção como no Brasil?"
Paulo Tunhas escreve sobre a Europa e Israel: "Por complexa e contraditória que seja a sociedade israelita, a resistência à permanente ameaça existencial do terrorismo nunca sofre daquela forma peculiar de resignação disfarçada de não-resignação".
No B.I.C.A. desta semana, José Manuel Fernandes, Tiago Pereira e Vítor Matos falam sobre a polémica que envolve a utilização de monumentos nacionais.
Os nossos Especiais
A inflação está a arrasar a sua poupança. E o David Almas diz-lhe o que fazer para a combater. Segundo ele, apenas duas aplicações rendem mais do que a inflação esperada para 2017 e 2018.
Notícias surpreendentes
Hoje estreia “A Odisseia”, que conta a vida de Jaques Costeau. Para Eurico de Barros, que lhe dá apenas duas estrelas, o filme fica preso às simplificações e clichés do género.
Outro filme para ver esta semana: “Glória” denuncia e satiriza a corrupção no pós-comunismo e vale mesmo uma ida ao cinema.
"Estasse" ou "está-se"? "'Tasse" ou "'tá-se"? Grandes dilemas, eu sei. E grandes polémicas também. A banda D.A.M.A. envolveu-se numa troca de argumentos linguísticos com uma fã e tudo acabou com um pedido de desculpas.
Começa hoje o Primavera Sound no Porto e o Observador vai fazer uma cobertura completa. Ora veja o que aí vem.
Se o seu sonho é transformar o seu carro num desportivo, conheças as nossas 11 dicas. Está tudo na secçãoAuto do Observador.
No primeiro dia de palestras da Wine Summit, em Cascais, falou-se de "vinho natural". O tema é controverso e a Ana Cristina Marques foi tentar perceber: é ou não uma moda?
Afinal, estamos mais velhos: uma equipa de cientistas descobriu em Marrocos restos humanos que pertencem aos primeiros "Homo sapiens" de sempre. São 105 mil anos mais antigos do que se pensava.
Se tem mais uns minutos, veja alguns dos nossos vídeos:
- O maior cruzeiro da Europa esteve em Lisboa;
- Ronaldo ganhou 82 milhões de euros e é o atleta mais bem pago do mundo;
- Os célebres e inesquecíveis "corninhos" de Manuel Pinho no Parlamento aconteceram por causa de um comentário sobre um cheque da EDP.
- O chefe Hugo Dias de Castro, da Casa de Pasto, ensina um truque de cozinha: qual a melhor forma de engrossar uma sopa ou um caldo?
Vai ser um dia cheio de acontecimentos em Portugal, no Reino Unido e nos EUA. Vamos estar aqui, a seguir tudo ao minuto.
Até já!
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