O Presidente da República considerou hoje que as pescas sofreram muito no passado e que houve consequências de regras europeias "mais complicadas", mas o setor está a merecer outra vez uma atenção maior.
"A pesca sofreu muito, de facto, durante umas décadas. O número de pescadores reduziu e houve muitas dificuldades relacionadas com a pesca, a concorrência estrangeira aumentou brutalmente também", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, depois de provar, do tacho, "molho à pescador", prato confecionado pelos pescadores de Santa Cruz Graciosa, no âmbito da visita que o chefe de Estado está a realizar aos Açores.
Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que, houve, ainda "as consequências de regras europeias", sendo que "umas foram favoráveis, outras foram mais complicadas", e "houve um reajustamento da frota pesqueira".
Para o chefe de Estado, este "é um setor que está a merecer agora uma atenção outra vez maior, porque merece essa atenção", frisando que Portugal é "um país de mar".
"País de mar envolve também a pesca, não é só o turismo do mar, não é só a economia do mar, não é só a marinha mercante, que é muito importante, a marinha de desporto, é a pesca", sublinhou, para acrescentar que, "quando se fala na economia do mar como um todo, a pesca é económica e socialmente muito importante".
À chegada ao local, o porto da praia de São Mateus, uma faixa dava as boas-vindas a Marcelo Rebelo de Sousa e noutra lia-se "pescadores agradecem".
O presidente da Associação de Pescadores Graciosences, com 120 associados, admitiu que os pescadores têm dificuldades e defendeu a valorização do pescado.
Lázaro Silva destacou, igualmente, a importância que a apanha de algas está a ter para o rendimento dos pescadores da ilha, referindo que tem sido "uma mais-valia".
As algas são exportadas para Espanha para a indústria farmacêutica e cosmética.
A Graciosa, com cerca de 60 quilómetros quadrados, é a segunda ilha mais pequena dos Açores, depois do Corvo. Segundo os últimos Censos, Santa Cruz da Graciosa, município único da ilha, tinha em 2011 cerca de 4.300 habitantes, número que o chefe de Estado considerou "pouco".
"Tem de aumentar", comentou Marcelo Rebelo de Sousa ao abordar a desertificação na ilha, reconhecendo "a redução quase contínua da população" com "os que vêm para cá" a não compensarem os que saem.
Nesse sentido, referiu que a produção de leite e queijo e o setor do turismo "são muito importantes" no combate à desertificação, à qual "tem de se dar a volta".
Fonte/Foto: Lusa
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