O primeiro-ministro iraquiano chegou este domingo a Mossul para saudar as tropas envolvidas nas operações militares contra o Estado Islâmico. Diante de uma cidade parcialmente reduzida a escombros, Haider al-Abadi quis simbolizar o fim de três anos de domínio extremista.
Milhares de civis mortos. Quase nove milhões de deslocados. Dados de oito meses de duros combates rua a rua. Mossul, no norte do Iraque, é hoje uma cidade esventrada numa larga porção da sua malha urbana.
O último reduto dos jihadistas no coração histórico da cidade, dado como conquistado nas últimas horas, não se estendia por mais do que umas centenas de metros. Há mesmo relatos de combatentes do Daesh que se terão atirado às águas do Rio Tigre, em fuga ao avanço das forças iraquianas.
O Estado Islâmico, que proclamara um califado a partir daquela cidade iraquiana, havia prometido “lutar até à morte”.
Cercado numa extensão territorial cada vez mais apertada, os extremistas terão equipado mulheres com explosivos, misturando-as com os grupos de civis feridos e famintos que procuram escapar às ruínas da Cidade Velha.
A primeira declaração de vitória partiu do gabinete do primeiro-ministro iraquiano: “O comandante das Forças Armadas Haider al-Abadi chegou à cidade libertada de Mossul e saudou os combatentes heroicos e o povo iraquiano pela grande vitória”.
“Estado de falsidade”
Por agora, o Governo de Abadi não revela números de baixas entre as tropas que combateram os islamitas.
Nos temos de um pedido de financiamento do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, citado pela agência Reuters, o Serviço de Contraterrorismo do Iraque, ponta-de-lança da ofensiva contra o Daesh em Mossul, terá perdido 40 por cento do seu efetivo.
Foi há quase três anos que o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr a-Baghdadi, proclamou um califado da Síria ao Iraque a partir do púlpito da mesquita medieval de Al-Nuri, em Mossul. Uma construção entretanto destruída pelos próprios extremistas, na versão das autoridades de Bagdade.
O primeiro-ministro iraquiano declarara há uma semana o fim do “estado de falsidade” da organização terrorista, após a tomada da mesquita.
Caladas as armas, seguir-se-á um complexo processo de reconstrução. As Nações Unidas calculam em aproximadamente mil milhões de euros os custos de reparações das infraestruturas mais básicas da cidade.
Fonte: RTP
Foto: Alaa Al-Marjani - Reuters
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