Temos
por ai de novo os políticos a prometerem os possíveis e
impossíveis. Diz o povo com sabedoria: Pelos frutos é que se
conhece bem a árvore…
Os
eleitores não pensam pela sua cabeça, na dimensão da
responsabilidade social e moral quando depositam o seu voto na urna
com a intenção de eleger determinado político, deixam-se embalar
com apertos de mãos, beijinhos, abraços e sei lá que mais,
entrando-lhe pelos ouvidos promessas (soluções) para tudo e mais
alguma coisa, esquecendo que “A política é a arte de impedir as
pessoas de se meterem naquilo que lhes diz respeito” (Paul Valéry), os exemplos confirmam esta máxima.
Há
uns anos a esta parte que vivemos uma crise de confiança nos
partidos políticos e consequentemente nos políticos. Não se trata
de uma crise imaginária, infelizmente ela é profunda e real, para
não dizer assustadora.
Sendo
Aveiro uma cidade com história pela democracia, liberdade cívica e
de expressão, que teve no seu meio grandes homens que a marcaram por
via da sua tenacidade, tais como Homem Cristo (pai) e Homem Cristo
(filho) duma estatura moral e intelectual incomparável, Francisco
de Vale Guimarães, distinto homem público, que tão largas
simpatias soube conquistar enquanto Governador Civil, ainda como José
Estêvão, entre outros, permanece indiferente à boa vs má
administração municipal no decorrer dos anos. A culpa não é de quem governa, é de quem elege, na medida em que as suas expectativas foram defraudadas. Como o Povo é sereno não se passa nada...
É
quase impossível fazer comparações com a cidade Aveiro há 30/35
anos atrás. Quem se atreve a fazer a seguinte observação: Se
Aveiro não conta-se com a Universidade de Aveiro e a exploração da
Ria na vertente turística, o que seria? Devemos ser coerentes com o que nos incomoda, assim manda a lógica e a realidade crua e nua.
Não
sendo pretensão entrar para o exagero, a verdade é que mais de
metade da cidade encontra-se descaracterizada, com um parque
habitacional degradado, basta observarmos o estado dos prédios da
Av. Dr. Lourenço Peixinho, como noutras ruas circundantes.
O
medo de escrever o que se pensa com a própria cabeça provoca
consequência dramáticas. Decorridos 43 anos pós 25 de Abril, ainda
respiramos uma atmosfera de medo real, não imaginário, esse
sentimento pressente-se em Aveiro.
A Deusa Vingança está ordem do dia! Vivemos numa terra, onde a vingança, é o »leit-motiv». É a erva daninha, que actua contra a delicada gramínea que, através de mil escalrachos, luta para produzir os frutos!
Sentimento
de medo motivado pelas mais diversas razões, por muito surrealista
possa parecer. Os candidatos sabem o que devem prometer aos incautos
eleitores para lhes conquistar o voto. Sim, digo incautos (para não
usar outra expressão) tendo em consideração, que muitos eleitores
mais idosos votam pela indicação do logótipo dos partidos, não
pelo que os distingue estatutariamente, ou pelos méritos de cada
candidato, pelos seus valores morais e sociais. É a vida, o que temos.
A
seguir às eleições, contados de modo esfomeado os votos, tudo
volta aos mesmo, com presidente e vereadores distantes dos munícipes
eleitores, sem tempo para atendimento, etc.
O
que foi escrito, dito e prometido passa a fazer parte do passado, não
interessa, assim se engana mais uma vez os eleitores.
Como
cidadão e eleitor descomprometido em relação a qualquer força
política, sinto-me desconfortável pelo cenário que se vislumbra,
mas, não indiferente ao que se passa à minha volta.
Acorda
POVO… se é que o és.
J.
Carlos
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