domingo, 9 de julho de 2017

Acorda POVO… se é que o és

Temos por ai de novo os políticos a prometerem os possíveis e impossíveis. Diz o povo com sabedoria: Pelos frutos é que se conhece bem a árvore…

Os eleitores não pensam pela sua cabeça, na dimensão da responsabilidade social e moral quando depositam o seu voto na urna com a intenção de eleger determinado político, deixam-se embalar com apertos de mãos, beijinhos, abraços e sei lá que mais, entrando-lhe pelos ouvidos promessas (soluções) para tudo e mais alguma coisa, esquecendo que “A política é a arte de impedir as pessoas de se meterem naquilo que lhes diz respeito” (Paul Valéry), os exemplos confirmam esta máxima.

Há uns anos a esta parte que vivemos uma crise de confiança nos partidos políticos e consequentemente nos políticos. Não se trata de uma crise imaginária, infelizmente ela é profunda e real, para não dizer assustadora.

Sendo Aveiro uma cidade com história pela democracia, liberdade cívica e de expressão, que teve no seu meio grandes homens que a marcaram por via da sua tenacidade, tais como Homem Cristo (pai) e Homem Cristo (filho) duma estatura moral e intelectual incomparável, Francisco de Vale Guimarães, distinto homem público, que tão largas simpatias soube conquistar enquanto Governador Civil, ainda como José Estêvão, entre outros, permanece indiferente à boa vs má administração municipal no decorrer dos anos. A culpa não é de quem governa, é de quem elege, na medida em que as suas expectativas foram defraudadas. Como o Povo é sereno não se passa nada...

É quase impossível fazer comparações com a cidade Aveiro há 30/35 anos atrás. Quem se atreve a fazer a seguinte observação: Se Aveiro não conta-se com a Universidade de Aveiro e a exploração da Ria na vertente turística, o que seria? Devemos ser coerentes com o que nos incomoda, assim manda a lógica e a realidade crua e nua.

Não sendo pretensão entrar para o exagero, a verdade é que mais de metade da cidade encontra-se descaracterizada, com um parque habitacional degradado, basta observarmos o estado dos prédios da Av. Dr. Lourenço Peixinho, como noutras ruas circundantes.

O medo de escrever o que se pensa com a própria cabeça provoca consequência dramáticas. Decorridos 43 anos pós 25 de Abril, ainda respiramos uma atmosfera de medo real, não imaginário, esse sentimento pressente-se em Aveiro. 

A Deusa Vingança está ordem do dia! Vivemos numa terra, onde a vingança, é o »leit-motiv». É a erva daninha, que actua contra a delicada gramínea que, através de mil escalrachos, luta para produzir os frutos!

Sentimento de medo motivado pelas mais diversas razões, por muito surrealista possa parecer. Os candidatos sabem o que devem prometer aos incautos eleitores para lhes conquistar o voto. Sim, digo incautos (para não usar outra expressão) tendo em consideração, que muitos eleitores mais idosos votam pela indicação do logótipo dos partidos, não pelo que os distingue estatutariamente, ou pelos méritos de cada candidato, pelos seus valores morais e sociais. É a vida, o que temos.

A seguir às eleições, contados de modo esfomeado os votos, tudo volta aos mesmo, com presidente e vereadores distantes dos munícipes eleitores, sem tempo para atendimento, etc.

O que foi escrito, dito e prometido passa a fazer parte do passado, não interessa, assim se engana mais uma vez os eleitores.

Como cidadão e eleitor descomprometido em relação a qualquer força política, sinto-me desconfortável pelo cenário que se vislumbra, mas, não indiferente ao que se passa à minha volta.

Acorda POVO… se é que o és.


J. Carlos


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