Camaradas, senhores e senhoras, se me exceder no linguarejar perdoem o meu mau feitio mas só me apetece praguejar e carrear do mais velhaco do vernáculo que se me assarapanta nos neurónios.
Portanto, renovando o pedido de aministia, vejo por aí muitas putas de bigode, meretrizes para com as quais teria que pedir alvissaras aos pneus do carro antes de os defenestrar. Outra nota prévia é que o jornalismo anda pior que os bombeiros mas ainda não perdemos a memória maus grado alguns trocarem audiências pela alquimia. A finalizar longo introito defendo que cargos técnicos no Estado devem ser precedidos de avaliação séria, sensata e capaz.
Como sou velho na idade mas novo na experiência olvido os inspectores, Sul e Norte e lembro apenas as cinco IRBC mais o Superior Cristiano. E tinhamos o Guedes de Moura, o Ribeiro de Almeida, o Gil Martins, o Lima Cascada e, creio, o Rodrigues no Alentejo. Em 1993 cada um dos IRBC’s ganhou adjuntos. Em 1997 os adjuntos já era tantos como os distritos e, mais tarde, os adjuntos viraram distritais e ganharam ajudante. Criou-se um comando-geral nacional, e depois vieram os CODIS e afins.
Nunca em tempo algum, que me lembre mas posso estar anestesiado pelo prato das lentilhas, vi concursos para irab’s, coordenadores, CODIS, CONAC e afins.
Foi sempre, nos primeiros tempos, pelo mérito do comando dos bombeiros, acrescido, mais tarde, da licenciatura que alguns foram fazer a correr. Outros, filhos de comandante e com posto hereditário, foram finos e fizeram-na antes mas como não havia lugares para todos até se criou o oficial de bombeiro, tipo eu com um bacharel manhoso em qualquer coisa que, de repente sem que se veja a utilidade, sou oficial. Suprimindo, de boa memória, os equiparados e os especialistas. E até houve aqueles educados, alô Aragonês!, de pequeninos para irem subindo. E depois ainda temos os transumantes, daqui para ali mas sempre nas altas esferas, ora resplandescentes, ora discretos.
Portanto quem ladra entrou na casota com convite, por mérito e competência ou por compadrio e cartão, todos foram nomeados.
E não concursados que a pátria contemplai que ela vos honrará. Mas vejo agora um longo cortejo de virgens ofendidas, de homens providenciais a quem a república obsequiou a prebenda mas olvidou a comenda. Nunca os vi a defenderem o concurso, a carreira, o mérito, o saber, a técnica que avancem os melhores mas, primeiro eu que sou teu amigo desde ontem… E quando podia, camandro, eram a estrutura! Mas não, caladinhos e mansos.
E chegámos a este estado em que certos reclamadores não os queriam nem para sacudir os tapetes da mais brilhante das pick’ups porque quando o vento lhes sopra desfavorável cospem no prato, é tudo politica e boiada mais os companheiros.
E a ti, sacana reles e velhaco, chegaste lá como? Por nomeação; portanto cala a matraca e atende-te à tua insignificância que só fazes mal a ti, a nós, aos bombeiros e à República porque enquanto comeste estiveste calado e devemos querer para nós o mesmo que reclamamos para os outros. Mas infelizmente a verdade é essa. Dividir para reinar, aproveitar os bombeiros para subir na vida e o essencial, que é defender pessoas e bens, postergado porque primeiro estamos nós. Quebrando lealdades, quebrando comandos, quebrando memórias, quebrando unidades, quebrando a espinha que quando um homem não tem coluna dorsal é um reles rafeiro a ladrar em busca do osso perdido.
Pelo que temos que os bombeiros, o quartel e a associação são trampolim para o estrelato. Ou para ganhar eleições, ou para ganhar prestigio, ou para ganhar soldo, ou para ganhar importância que vã é a glória de mandar.
Mas os Bombeiros, além de escola de valores, são o dorso da protecção civil, o amparo de quem está aflito e a essência de uma quadricula de socorro que o país precisa. E a união, que seria do agulheta se não tivesse ajudante ou se não houvesse quem fizesse pé na angus, pratica-se. A roupa suja lava-se entre nós porque para cidadão, e bem sabemos quando tudo está negro, conseguiremos sempre encontrar a solução.
Pelo que vendo estes ressabiados, que me desculpem mas eu sou um gajo que gosta da ordem e nem sequer vota nem tem preferidos, lembrei-me da velha máxima que diz que só fazem falta os que estão. Mas assim, assim meus amigos, não vamos lá. Não melhoramos, não aprendemos e desprendemos a cadeia de comando que é o valor imprescindível a manobras difíceis que ninguém disse que isto era fácil. E tem que se engolir muito fel, e libertar muita mágoa, mas nos canais próprios.
O que nunca vos vi fazer pelo que tenho para mim que sois uns cobardes, reles e imprestáveis.
Que na hora do bem bom vos calasteis e agora, que vos falta o aparato e algibeira, vos quereis outorgar a dizer que com vós no mando tudo tinha corrido bem. Que até podeis ter a lei mas que vos escapa a grei. E já agora a decência.
Amadeu Araújo, Bombeiro QH que precisou de padrinho para ser cadete
Fonte: BPS
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