quarta-feira, 23 de agosto de 2017

MERCADOS NUM MINUTO Fecho dos mercados: Trump pressiona bolsas antes de Jackson Hole. Euro acima de 1,18$

As praças europeias regressaram às descidas, um dia antes do início do simpósio de Jackson Hole, onde Mario Draghi estará presente. Já o euro ultrapassou a marca dos 1,18 dólares.
Fecho dos mercados: Trump pressiona bolsas antes de Jackson Hole. Euro acima de 1,18$
mercados em números
PSI-20 desceu 0,35% para 5.173,09 pontos
Stoxx 600 perdeu 0,50% para 373,92 pontos
S&P 500 desliza 0,18% para 2.447,98 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal subiu quatro pontos base para 2,817%
Euro avança 0,37% para 1,1806 dólares
Petróleo sobe 0,71% para 52,24 dólares, em Londres


Bolsas de regresso às descidas
As bolsas do Velho Continente encerraram a última sessão a desvalorizar. O índice europeu Stoxx 600 cedeu 0,5%, num dia em que as acções do sector dos media protagonizaram a descida mais expressiva, com a empresa de publicidade WPP a afundar 10% depois de ter cortado as suas estimativas de vendas para o ano.


A pressionar a negociação nas principais praças mundiais estão, porém, as palavras de Donald Trump. O presidente dos EUA protagonizou mais um discurso polémico, ameaçando paralisar o governo, depois de ter admitido a possibilidade de terminar com o NAFTA - Acordo de Comércio Livre da América do Norte – que envolve o México e o Canadá. A gerar expectativa está ainda o evento que começa esta quinta-feira, 24 de Agosto nos EUA. Jackson Hole é palco de um encontro que recebe os principais banqueiros mundiais, incluindo Mario Draghi e Janet Yellen.


Ainda esta manhã, Mario Draghi defendeu que, mesmo depois de colocarem os juros perto de zero, os bancos centrais continuam a ter armas para manter a estabilidade de preços, desde que estejam dispostos a utilizar medidas não convencionais para o fazer. 


Em Lisboa, o PSI-20 cedeu 0,35%, num dia em que o BCP completou a sétima sessão consecutiva de descidas, naquela que é a maior série de quedas do banco desde Junho de 2016. Os títulos encerraram a desvalorizar 0,31% para 0,2263 euros, o valor mais baixo desde Junho. Também a pressionar esteve o grupo EDP, com a eléctrica e a sua subsidiária EDP Renováveis a perderem ambas mais de 0,5%.


Juros da periferia do euro voltam a subir
Tal como já tinha acontecido na sessão anterior, as taxas de juro associados às obrigações dos países do Sul da Europa estiveram a agravar-se esta quarta-feira. A taxa de referência a dez anos de Portugal aumentou quatro pontos base para 2,817%, na véspera do início de Jackson Hole, um encontro que vai reunir os presidentes dos principais bancos centrais mundiais. Portugal seguiu a subida de outros países europeus. 

A taxa a dez anos de Itália subiu 1,8 pontos base para 2,12%, enquanto a "yield" espanhola para a mesma maturidade fechou estável em 1,572%. Em sentido oposto, as "bunds" alemãs estiveram a aliviar. Caíram 2,3 pontos base para 0,377%, aumentando o diferencial face às obrigações nacionais para 243,9 pontos.

Euribor sobem a três e 12 meses
As taxas Euribor desceram hoje a três e 12 meses, em relação a terça-feira, e mantiveram-se a seis e a nove meses, neste último prazo num mínimo. A Euribor a três meses desceu para -0,329%, embora se mantenha acima do actual mínimo de sempre, de -0,332%. No prazo dos seis meses, a taxa Euribor manteve-se em -0,273%, face a terça-feira. A nove meses, a Euribor também se manteve em 0,212%, um mínimo. No prazo de 12 meses, a taxa Euribor caiu para -0,159%, face a terça-feira, embora esteja acima do mínimo de sempre, de -0,163%, fixado pela primeira vez em 23 de Junho.


Euro acima de 1,18 dólares
A moeda europeia está a ganhar terreno face às principais divisas mundiais, a beneficiar dos dados económicos positivos que foram publicados esta quarta-feira na Zona Euro. O euro avança 0,37% para 1,1806 dólares, a reagir à divulgação de indicadores que dão sinais de melhoria na região. A IHS Markit revelou que o índice dos gestores de compras (PMI) para medir a evolução do sector industrial na Zona Euro, aumentou em Agosto para 57,4 pontos, acima dos 56,6 pontos de Julho e contrariando a estimativa dos economistas, que apontavam para uma queda.


Queda das reservas puxa pelo petróleo
Os preços do petróleo seguem a ganhar valor nos mercados internacionais. A matéria-prima sobe 0,71% para 52,24 dólares por barril, no mercado londrino, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, avança 0,52% para 48,08 dólares, com as cotações a serem impulsionadas pela queda das reservas de crude nos EUA. Os inventários de petróleo recuaram pela oitava semana consecutiva, uma indicação que o excesso de oferta está a diminuir. No entanto, a descida das reservas foi acompanhada por um aumento da produção, que subiu pela segunda semana.


Discurso de Trump beneficia o ouro
As palavras de Donald Trump estão novamente a agitar os mercados. O presidente norte-americano ameaçou deixar o governo quase paralisado se tiver de pressionar o Congresso a libertar financiamento para a construção do muro na fronteira com o México. Sobre a Coreia do Norte, Trump diz que Kim Jong Un está a começar a respeitar a América. Palavras que aceleraram uma procura por activos de menor risco, como o ouro a subir 0,2% para 1.293,50 dólares por onça.

fonte: Jornal de Negócios

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