Dois problemas para Centeno, um nos canos (e Bjork que volta em grande)

David Dinis, Director

Bom dia! 

E se eu tentasse contar-lhe as últimas pela positiva?

Trump ganhou mais um problema: o seu ex-conselheiro de segurança, Michael Flynn, rompeu com os advogados da Casa Branca, sinalizando que estará a colaborar com o procurador especial Robert Mueller na investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016 (e as ligações à campanha de Trump). O The New York Times tem a história na manchete.

Mugabe vai ter imunidade e autorização para ficar no país. O acordo faz parte da negociação que levou à sua saída do poder.

Na África do Sul, a Justiça corrigiu uma sentença: a pena de Oscar Pistorius acabou de ser duplicada.

A Europa surpreendeu-se com mais duas crises políticas: na Estónia, a defesa de um refugiado pôs o primeiro-ministro em risco de impeachment; na Irlanda, um email recebido pela vice-PM pôs em risco a continuidade do Governo.

Na Liga Europa, o Braga ganhou e segue em frente, com a ajuda de um médio providencial. E o Vitória não ganhou, mas ainda não perdeu a esperança. E há muitas decisões adiadas para a última jornada da fase de grupos.

O que marca o dia

Um problema para Centeno, com os liberais a ameaçar a sua candidatura à liderança do Eurogrupo. A São José Almeida explica porquê - e eu aproveito para editorializar sobre uma luta (quase) impossível.

Outro problema para Centeno, com a taxa do sal a ser chumbada na AR. E houve mais coligações negativas esta noite, votadas contra o PS: mais turmas de pré-escolar, apoios à ciência, também na educação especial. E a solução para a banca foi também adiada para outras conversas. A síntese da maratona está aqui.

O Infarmed começa a ser um problema para Costa: o Bloco perguntou ontem se a decisão terá recuo, sinalizando um incómodo. E até Helena Freitas, que liderou a Unidade de Missão para o Interior, contesta a transferência para o Porto (notícia via DN). O primeiro-ministro diz à Antena 1 que foi um problema... de comunicação.

A água é um problema para nós todos. Mais ainda quando descobrimos isto: as roturas e consumos não cobrados roubam 30% da água das redes municipais. A notícia é da Lurdes Ferreira.

E sem água, vêm outros problemas: a alimentação do gado é a grande dor de cabeça na agricultura.

Mas também há boas notícias:

Há mais 100 milhões para recuperar empregos levados pelos incêndios.

Sete mil medicamentos baixam de preço em 2018.

Foram encontrados vestígios de neandertais no vale do Côa.

E o Airbnb até elogia o nosso Governo, numa entrevista à Luísa Pinto (em que aproveita para deixar uns avisos). 

ípsilon de luxo 

1. Na música, o glorioso renascimento de Björk. O resumo do Vítor Belanciano deixou-me arrepiado: "Depois do luto pelo fim do amor a dois, eis um álbum que celebra a possibilidade do amor universal, numa obra que é também um grito de alerta optimista em nome de outros futuros possíveis. Eis Utopia, o novo e magnífico disco de Björk." É o tema de capa do ípsilon de hoje. Mas há outro regresso, o de Manuel Cruz, e o Mário Lopes diz assim: "Basicamente, ele gosta de inventar".

2. No cinema, já chegou o Palma de Ouro de Cannes. O Quadrado, explica o Jorge Mourinha, é uma nova “experiência laboratorial” que quer colocar o espectador em xeque. Depois de Força Maior, o realizador sueco Ruben Östlund continua a desmontar implacavelmente as fachadas das expectativas sociais. “Não devemos esquecer que somos animais...”

3. Na literatura, regressou Philip Roth. Segundo a Isabel Lucas, Why Write? apresenta-se como o seu definitivo volume de ensaios literários, pensamento sobre escrita, a identidade, a condição americana e o ofício de escritor. Acaba de sair nos Estados Unidos e é Roth em estado puro.

No ípsilon há mais para descobrir, claro, mas o resto sugiro-lhe que descubra por aqui.

Agenda do dia

O Parlamento fecha o OE2018 na especialidade, antes das votações finais de segunda-feira - e no dia em que conhecemos a execução orçamental de Outubro. A concertação social discute o aumento do salário mínimo (com um mau ponto de partida criado pelo Governo).

Lá por fora, o Zimbabwe assiste à posse e juramento do novo presidente, no mesmo dia em que há eleições nas Honduras e Nepal.

Hoje é também o dia 1 do Mexefest (com cartaz recheado), também da Black Friday que já levou muita gente a fazer loucuras (atenção às 'black frauds'). E dia do Inimigo Público, malta que é paga para escrever deliciosas loucuras como esta: "Black Friday: lançado alerta para consumidores não se deixarem enganar pelas promoções de descongelamento de carreira do governo". A inveja que eu tenho deles! 

O fim-de-semana está à porta, mas nós ficaremos por aqui. 

Tenha um dia feliz, tenha um excelente fim-de-semana! Até já!