Diogo Queiroz de Andrade, Director adjunto
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Olá bom dia!
O ano está a terminar mas o dia ainda agora começou, por isso lançamos já linhas de leitura que ficam algures entre hoje e o ano que vem.
De hoje
Continua a polémica que tem animado a vida política portuguesa nste período de festas familiares. Esta manhã contamos que os deputados aprovaram bónus no IVA sem conhecer o impacto financeiro que o estado teria na medida, o que não será propriamente sinal de responsabilidade legislativa. A lei está na mão do Presidente, que agora tem três opções (mais uma) para decidir sobre o que fazer, como conta a Leonete Botelho. E também apresentamos uma entrevista com a anterior responsável da entidade fiscalizadora da actividade política, que é muito crítica sobre a lei.
Ainda quente está também o #PernilGate, que levou o Ministro dos Negócios Estrangeiros português a ter de dar explicações e pôs o Luciano Alvarez a perceber o que se passou com a falta de pagamento às empresas. Como na Venezuela falta pernil mas também água e combustível, há cada vez mais protestos e Nicolás Maduro estará obrigado a arranjar mais bodes expiatórios para os outros problema do país.
Passamos às tendências sociais que aos poucos vão ganhando raízes em Portugal: a Natália Faria confirma o hábito crescente de crianças que nascem sem pais a viver sobre o mesmo tecto – há de tudo, desde casais separados pela emigração a novas formas de viver a conjugalidade que já não passam por partilhar uma casa. Já na saúde, o aumento da rede de cuidados continuados também é uma notícia que importa assinalar.
Voltamos às más notícias pela via da economia, graças à subida de 2,5% dos preços da electricidade anunciada pela EDP e que levou mesmo o regulador do sector a recordar que há concorrência e outras empresas podem prestar o mesmo serviço mais barato, como conta a Ana Brito. Já as portagens vão aumentar em mais de um terço da rede de auto-estradas.
Na volta ao mundo da manhã vale a pena parar em Teerão, onde voltaram a ver-se protestos na rua contra os preços altos e que acabam por reflectir as divisões de uma sociedade que oscila entre a modernidade e a tradição; já em Lima, o governo peruano foi remodelado em resultado da polémica sobre o indulto ao ex-ditador Fujimori; e em Libreville já se contaram os votos das eleições que deram à Libéria um presidente famoso: o antigo futebolista George Weah.
Nota ainda para as novidades culturais, porque hoje também damos conta que as pinturas de Vieira da Silva já foram mesmo compradas pelo Estado e que a Bienal de Coimbra terá novidades em janeiro ao mesmo tempo que se faz o balanço da iniciativa que termina amanhã. Mas como hoje é dia de ípsilon, tem mesmo de ler esta conversa da Isabel Lucas com Naomi Klein, autora-activista contra o neoliberalismo que acaba de lançar novo livro.
Até 2018
Vai ter muito para ler porque os jornais nacionais e internacionais vão publicar uma série de textos sobre o futuro. Hoje começamos já por trazer a opinião de 12 dos nossos colunistas sobre como vai ser o ano que se aproxima.A previsão do futuro é uma técnica difícil de dominar, mas é certo que há padrões que se mantém e que permitem identificar tendências. E infelizmente sabemos que, daqui a um ano, os grandes problemas do mundo ainda não estarão resolvidos. Apontemos quatro questões globais que dão muitas linhas de leitura:
Os populismos são a maior ameaça contemporânea às democracias e uma das razões para isso é a sua eficiência em explorar as fraquezas da democracia – e dentro da União Europeia o problema é amplificado devido às fraquezas do ainda jovem projecto europeu. Este texto da Maria João Guimarães fala precisamente sobre a dimensão europeia e esta entrevista a um dos grandes especialistas sobre o tema também serve para aprofundar a questão.
O aquecimento global é porventura o maior dos problemas, até porque é o que demora mais a fazer sentir os seus efeitos e ainda permite que exista quem o negue – mas é o que mais facilmente pode destruir a civilização como a conhecemos. Este texto que fala do novo filme de Al Gore, dedicado a estas questões, é de leitura imprescindível – tal como é esta entrevista de Teresa Serafim ao antigo responsável das Nações Unidas para as alterações climáticas.
Também vale a pena entender a forma como a tecnologia está a mudar o planeta, porque se tem trazido muito de bom, também abre caminho a muitas ameaças. Esta entrevista do João Pedro Pereira ao presidente do Instituto Superior Técnico sobre inteligência artificial é um bom ponto de partida, tal como é esta análise sobre as consequências económicas e sociais das grandes empresas tecnológicas.
A grande consequência da globalização acaba por ser a desigualdade. Se é certo que os países mais pobres estão a aproximar-se dos mais ricos, também é seguro que as desigualdades dentro de cada sociedade estão a aumentar. Este problema só vai aumentar nos próximos tempos, como confirma um relatório sobre o tema – e como se lê nesta entrevista da Teresa de Sousa a um dos grandes especialistas sobre a matéria.
No primeiro dia útil de 2018, o David regressa ao posto para lhe dar as notícias fresquinhas todas as manhãs. Eu despeço-me de 2017 ecoando os votos de Rui Tavares: que o ano que vem seja o ano das mulheres. Bem precisamos.
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