segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Costa defende três impostos europeus (e outros carnavais)

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia!
Se o Carnaval são três dias, estamos mesmo a meio dele.
As notícias desta madrugada passam por aqui:
Weinstein foi processado pelo Estado de Nova IorqueO procurador-geral quer penalizar o produtor pelos abusos e impedir quem o protegeu de tomar conta da empresa. A venda da Weinstein Co. está, agora, como o prestígio do produtor: acabada. 
Trump questionou os abusos a mulheresO Presidente disse ter "total confiança" no seu chefe de gabinete, que está em risco devido ao assessor que se demitiu devido às acusações de maus tratos às suas ex-mulheres. E repetiu assim um guião conhecido, acusa o El Pais: pôs-se ao lado de um denunciado por abusos e minimizou as vítimas. 
Uma bomba da 2ª Grande Guerra fechou o aeroporto de Londres. A bomba, aparentemente pronta a detonar, foi descoberta no Rio Tamisa - e as autoridades ainda estão a tentar removê-la cuidadosamente.
A ilha de São Miguel registou 130 sismos de média magnitude. O aumento da actividade sísmica na região do Congro leva o IPMA a falar de uma crise sísmica e a prever mais sismos naquela zona.
O Sporting viu-se aflito para se livrar de uma dependência. A ausência de Bas Dost resultou num festival de golos falhados, que William Carvalho só desbloqueou perto do fim. Antes, já o Porto tinha goleado com a ajuda de Soares.

O que marca o dia

António Costa defende a criação de três impostos europeus. O Governo português alinha com a Comissão Europeia na necessidade de reforço das contribuições para a UE. E vai levar ao Conselho Europeu o apoio do país a três impostos europeus: sobre plataformas digitais, empresas poluentes e transacções financeiras internacionais. A notícia da São José Almeida também nos conta que o “esqueleto” do Portugal 2030 está pronto (e entregue a Rui Rio). Enquanto em Bruxelas a nossa correspondente, Rita Siza, explica como Bruxelas se prepara para fazer mais com menos a partir de 2021. Por cá, eu fiz o Editorial: Quanto estamos dispostos a dar à Europa?
A propósito de impostos...
Medina quer processar Estado pela devolução da taxa de protecção civil. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa considera que houve do Estado uma "quebra de confiança" e quer ser ressarcido.
O tabaco foi o ponto fraco das receitas fiscais. Num ano em que as receitas fiscais cresceram acima do esperado, houve um imposto que contrariou a tendência. Mas, afinal, como se explica esta quebra, que surpreendeu pela negativa?
Uma megafraude com gasóleo espanhol tirou-nos milhões. Um documento das petrolíferas, revelado hoje pelo JN, estima fuga aos impostos na ordem dos 200 milhões de euros nos últimos quatro a cinco anos.
Na Justiça, uma megaburla ao Estado angolano acabou sem culpados. O empresário Álvaro Sobrinho e o filho de um ministro angolano foram suspeitos num processo relacionado com o desvio de 136 milhões de dólares. Mas acabou arquivado. O Ministério Público diz que Angola fez queixa, mas depois não mandou mais elementos, conta a Mariana Oliveira, lembrando o mistério dos 53 milhões desaparecidos com um espião à mistura.
O Verão ainda vem longe mas já há quem lance o alerta: “Vai ser difícil conseguir nadadores-salvadores suficientes”. Muitos cursos têm ficado vazios - e nem os incentivos das câmaras têm resolvido. “O problema é nacional”, diz o presidente de associação.
Na política, sobra a surpresa de Jerónimo de Sousa por a UGT querer avançar com greves...
... e a antecipação do congresso do PSD e seus efeitos: os politólogos acham que vem aí "mais tensão" na geringonça sem "o cimento" de Passos.

Boas leituras 

1. “Will you marry me... in Portugal?”. Os casamentos de luxo de estrangeiros em Portugal estão a aumentar e a tornar-se uma forte tendência de negócio. Os nubentes são sobretudo brasileiros, irlandeses e ingleses, que querem dar o nó em cenários de sonho - e compram casamentos em Portugal sem nunca terem visitado o país. As regiões de Lisboa, Algarve e Douro estão entre as preferidas deste novo ramo do turismo, conta a Susana Pinheiro, no tema de capa do P2 que passou pelos organizadores de sonhos - e, com a ajuda da Fugas, por outros cinco lugares para dar o nó
2. “Erradicar a fome é muito barato”. Produzir mais alimentos “não é a prioridade” num planeta em que a fome “está circunscrita” e a obesidade começa a ser um problema, até porque "não sabemos o que comemos". José Graziano da Silva, Director-Geral da FAO e o responsável pelo programa Fome Zero, no Brasil, esteve em Portugal e deixou uma mensagem: quem alimenta o mundo são as grandes agro-indústrias e “temos que mudar isso”. A resposta, diz ele, está na agricultura familiar. Está mesmo, Alexandra Prado Coelho? E será possível erradicar a fome no mundo até 2030?
3. “Trabalhamos para que as máquinas não nos venham a fazer mal”. Se na frenética corrida da invenção de mecanismos com inteligência artificial não se tiver em conta “a compaixão e a empatia pelas pessoas”, “a coisa pode correr muito mal”. Quem lança o alerta é Beth Singler, antropóloga e investigadora associada do projecto Human Identity in an Age of Nearly-Human Machines, no Instituto Faraday para a Ciência e Religião da Universidade de Cambridge, onde explora as implicações sociais e religiosas da inteligência artificial e da robótica. A prioridade dela é dar aos robôs sentimentos como a dor. Missão possível?
4. Chomsky: a consciência de uma América que por vezes lhe vira as costas. A “geringonça” portuguesa está a correr “razoavelmente bem”. A Catalunha está num impasse. A avançar, o “Brexit” acorrentará ainda mais a Grã-Bretanha aos Estados Unidos, enquanto a Europa poderá assumir uma maior preponderância nos assuntos globais. Noam Chomsky deu uma entrevista ao P2, na semana em que chegou às livrarias portuguesas o seu mais recente livro: Requiem para o Sonho Americano — Os 10 Princípios da Concentração da Riqueza e do Poder.

A agenda de hoje

Trump apresenta o seu orçamento para 2019, apelando a cortes dramáticos na despesaZuma saberá qual é o seu destino, ou seja, se o seu partido lhe pede para sair da presidência de África do Sul. Enquanto Rex Tillerson, o MNE americano, começa uma visita aos EUA que passará pelo Egipto, Kuwait, Jorndânia, Líbano e Turquia.
Por cá há pouca agenda - mas, claro, há sempre agenda do Presidente: Marcelo visita o SISAB 2018 - o 23.º Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas. E recebe a direcção da associação dos autarcas, com quem vai discutir a preparação para a época de incêndios. Já o ministro da Administração Interna vai distribuir equipamento à PSP.
E, dito isto, como amanhã é Carnaval, deixo-lhe a minha reportagem preferida destes dias: é em Tenerife, o segundo maior Carnaval do mundo, onde a folia são dez dias en la calle. A Mara Gonçalves esteve lá com a lente do Adriano Miranda, que ainda nos deixou a sátira que fez em família há 24 anos. Ele que nunca gostou destes carnavais (“Já temos muitas máscaras todos os dias…”).
Eu despeço-me, com aquele desejo de sempre: 
Dia produtivo, dia feliz! Até quarta-feira!

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