Para quem não quiser gozar o Carnaval, o dia de pausa pode servir para pôr leituras em dia. Eis algumas sugestões de artigos, do PÚBLICO e de outros sítios, para os quais seria difícil ter tempo durante um dia de trabalho. Do excêntrico Musk à aldeia portuguesa fundada pelo rei D. Jiminex.
- O lançamento do foguetão do empresário Elon Musk captou a imaginação colectiva da humanidade, em boa parte porque Musk, cuja excentricidade é conhecida, resolveu enviar como carga de teste o seu próprio Tesla descapotável. Ao volante ia um boneco com fato de astronauta chamado Starman, numa homenagem a David Bowie (numa nota para quem criticou o envio do automóvel para o espaço: o foguetão tinha de levar carga para que este teste fizesse sentido, fosse o carro ou um qualquer pedaço de sucata).
Elon Musk, que nasceu na África do Sul em 1971, tem tido uma vida conturbada. Depois de ter feito fortuna aos 27 anos, podia ter-se dedicado a uma pacata vida de milionário tecnológico. Em vez disso, quer resolver alguns problemas da humanidade. Ao seu biógrafo, disse uma vez que gostaria de morrer em Marte. Para quem queira saber mais, publicámos aqui no PÚBLICO um perfil de Musk: O Homem que quer ser marciano. Tempo estimado de leitura: sete minutos (tempos de leitura calculados com esta ferramenta e ajustados para leituras mais lentas no caso dos artigos em inglês).
- Goste-se ou não, a Wikipedia tornou-se uma referência, seja para tirar teimas numa discussão de sexta-feira à noite, seja (por muito que alguns não o queiram admitir) como fonte para todo o tipo de profissionais, de académicos a jornalistas (as notas de rodapé da Wikipedia, que remetem para as fontes originais com base nas quais a entrada foi escrita, podem ser uma ferramenta muito útil).
Ainda assim, inevitavelmente, a Wikipedia acaba por publicar informação falsa – e alguns casos dizem respeito a Portugal. A Inês Chaíça fez um apanhado, em A aldeia portuguesa fictícia, as “namoradas” de Eric Clapton e outras entradas falsas da Wikipedia. Para aguçar o apetite: durante mais de quatro anos, existiu na Wikipedia uma página sobre a aldeia portuguesa de Manão, fundada pelo rei D. Jiminex. Tempo estimado de leitura: seis minutos.
- Poderão as máquinas vir a ter consciência? Pode um robô sentir dor? (E devemos fazer com que sinta?) Como vamos conviver com máquinas inteligentes? Beth Singler, antropóloga e investigadora do projecto Human Identity in an Age of Nearly-Human Machines, da Universidade de Cambridge, explora as implicações sociais e religiosas da inteligência artificial e da robótica. Em entrevista ao PÚBLICO, pondera sobre aquelas questões: "Trabalhamos para que as máquinas não nos venham a fazer mal". As respostas, naturalmente, estão longe de serem fáceis. Tempo estimado de leitura: 14 minutos.
- A revista Wired publicou um artigo sobre os dois últimos anos do Facebook. Foi um período terrível para a rede social, que foi acusada de ter sido complacente com a disseminação de notícias falsas durante as eleições americanas e que tem estado sob fogo devido aos potenciais efeitos nocivos.
O artigo é muito longo e talvez excessivamente detalhado. Algumas partes são dispensáveis para quem tenha acompanhado o tema. Mas o texto narra episódios que ajudam a perceber o que está por trás da rede social e o que se passa na mente de Mark Zuckerberg.
Uma daquelas histórias está logo no arranque e é o caso de um funcionário que acabou despedido por ter enviado informação interna a um jornalista – o Facebook tinha acesso ao que escrevia no chat do Gmail. Outro caso é o da reunião com republicanos e conservadores, concebida para afastar a ideia de que o Facebook era uma plataforma de esquerda. O grupo de convidados foi pensado para que discutissem entre eles sem hipótese de consenso; uma apresentação técnica deveria garantir que ficariam “aborrecidos de morte”.
Inside the Two Years that Shook Facebook—and the World tem o bónus de ter duas brilhantes ilustrações: uma de Zuckerberg feito estátua com o mundo às costas; e a outra, que é a imagem de capa, em que tem o rosto ferido, como se estivesse num combate. Tempo estimado de leitura: 1h16 (mas é razoável saltar algumas partes).
- Como é trabalhar na equipa de moderação de conteúdos do Facebook? É um mergulho num sítio muito escuro: implica ver pornografia com animais, imagens de abusos sexuais a crianças e pessoas baleadas. É o que conta uma antiga moderadora, num depoimento dado à BBC: Facebook moderator: I had to be prepared to see anything. Revia cerca de mil publicações por hora. Foi avisada do que ia ver, mas nenhum aviso seria teria sido suficiente para a preparar para aquilo que encontrou. Aguentou oito meses. Tempo estimado de leitura: cinco minutos.
4.0 é uma newsletter semanal dedicada a tecnologia, inovação e empreendedorismo. O conteúdo patrocinado nesta newsletter não é responsabilidade do jornalista. Críticas e sugestões podem ser enviadas para jppereira@publico.pt. Espero que continue a acompanhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário