Embora liberdade de expressão e informação seja um dos direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa, a verdade é que a sociedade portuguesa esteve sujeita à retaliação e à censura durante muitos anos.
Entre 1933 e 1974, o Estado Novo submeteu o país a um regime que limitava a manifestação de opiniões, ideias e pensamentos, nomeadamente através do célebre «Lápis Azul» que controlava, corrigia, riscava, cortava, proibia e apreendia toda a produção literária e cultural que considerava imprópria.
Tudo aquilo que era publicado em Portugal (livros, jornais, revistas e mesmo filmes, novelas, música ou programas de rádio) tinha de passar pela Censura Prévia e muitos foram os autores que viram as suas obras rejeitadas e proibidas até ao dia 25 de Abril de 1974.
Assim, e tendo em atenção que este foi um dos períodos mais marcantes da História de Portugal, a Biblioteca Municipal de Castanheira de Pera e a Casa do Tempo vão ter patente ao público uma colecção com alguns dos livros que fizeram parte da lista da censura do Estado Novo.
Talvez para as novas gerações já seja difícil imaginar o que é viver num país onde a expressão de opiniões era controlada e punida mas, da poesia, passando pelos contos, novelas, filosofia ou política, existiram centenas de livros que foram impedidos de circular em Portugal durante cerca de meio século.
E, nesta exposição baseada na coleção de Élio Marques, é possível ver alguns desses livros, nomeadamente 150 obras pertencentes a escritores portugueses como Alves Redol, Aquilino Ribeiro, Natália Correia, Mário Soares, Miguel Torga, José Pacheco Pereira, José Régio, José Vilhena, Urbano Tavares Rodrigues, entre outros.
Intitulada «Os Escritores Portugueses, o Lápis Azul e a Censura», esta exposição pode ser visitada na Casa do Tempo de 25 de Abril a 27 de Maio de 2018, nomeadamente de Terça a Domingo das 10h00 às 13h00 – 14h00 às 18h00.
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