quinta-feira, 26 de abril de 2018

Entrevista a Varoufakis. A moção de Costa. As contas do Montepio

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 

Viva! Estas são as notícias desta madrugada,
que ainda é de Abril:

Macron admitiu ter falhado em convencer Trump sobre o Irão: no final da visita de três dias a Washington, depois de ter dito no congresso cheio de verdades inconvenientes, o Presidente francês classificou as mudanças de posição dos EUA como "insanas", anota o Guardian. Ainda assim, à distância e pelas fotografias, le bromance Macron-Trump pareceu de vento em popa.
A Coreia do Norte pode estar impossibilitada de fazer novos testes. Um estudo de geologistas chineses, divulgado esta noite, garante que o local ficou parcialmente desactivado após os seis testes nucleares desencadeados num ano. E coloca numa perspectiva diferente as negociações que entretanto começaram, explicaThe Guardian. Esta noite, foi a Força Aérea norte-americana a testar um míssil intercontinental.
A Academia Sueca admitiu não atribuir o Nobel da Literatura. Anders Olsson, o novo secretário permanente, admitiu que o cenário está em cima da mesa, e vários membros da instituição pensam que seria a melhor solução para sarar as feridas abertas pelo escândalo de alegados abusos sexuais e fugas de informação.
O Real Madrid foi o campeão do cinismo em Munique. A equipa espanhola aproveitou todas as migalhas que os bávaros deixaram para triunfarem por 1-2 na primeira mão das meias-finais da Champions. A final de Kiev e o 3º terceiro título consecutivo ficaram um pouco mais perto. Pelo meio, Ronaldo bateu mais um recorde (que era de Casillas).

O que marca o dia

O TC acabou com o anonimato dos dadores. O chumbo do Tribunal Constitucional às normas das 'barrigas de aluguer' impõe o fim da confidencialidade em todas as técnicas de PMA relativa aos dadores de esperma, ovócitos ou embriões. A Ana Dias Cordeiro explica o que acontece agora.
António Costa quer minimizar o impacto da mudança. Na moção com que se recandidata a líder do PS, o actual primeiro-ministro elenca quatro desafios do futuro e, sem se comprometer com soluções fechadas, coloca o PS no centro do espectro político: nem defendendo a mudança sem conter os seus efeitos, nem atrasando um mudança que dá por inevitável, antecipa a São José Almeida.
Francisco Assis antecipa uma mudança de rumo. No habitual artigo que assina no PÚBLICO, o eurodeputado cita o actual MNE de António Costa para dizer que "a ilusão" só vai viver até ao final desta legislatura. A "ilusão" é a de um caminho comum à esquerda.
O Governo vai acabar com despejos por obras profundas. Uma proposta de alteração à Lei das Rendas, que será levada ao Parlamento, vai acabar com as denúncias de contratos de arrendamento na sequência da realização de obras profundas nos imóveis. Os contratos só ficarão suspensos, garante o ministro do Ambiente ao Negócios.
A espera no aeroporto de Lisboa voltou a ser de duas horas. Nem o reforço da equipa do SEF resolveu o problema, diz o DN. No Verão, com mais gente a chegar, a tendência é para piorar.
Carlos Tavares vai rever em baixa os resultados do Montepio. O novo presidente do banco justifica a revisão, dois meses depois, com a necessidade de ter "critérios de prudência". Em pista própria, Tomás Correia já prepara recandidatura à Associação Mutualista.
E do 25 de Abril? O que sobra dos discursos? Marcelo fugiu dos temas conjunturais e preferiu acentuar a necessidade de reforço do sistema político. Ferro admitiu que a reforma comece pelo Parlamento, Rio disse que é um tema para "ontem" e Costa não percebeu a que riscos de "messianismos" se referia o Presidente. A síntese é da Leonete Botelho e da Maria Lopes, enquanto eu leio os quatro sinais deste Abril (moderno), no Editorial do dia.

Ler mais devagar

1. Abril são muitas histórias, todas de liberdade. Houve quem recuasse 44 anos para celebrar a Revolução no sítio onde estava, quem se lançasse a contar orgulhosas histórias de falsificação, quem continuasse a levar cravos às escolas, quem pintasse cartazes para se lançar ao desfile, como se toupeiras fossem. Até houve quem, como Pacheco Pereira, abrisse uma exposição de protestos para Agitar a Malta. Ontem foi 25 de Abril e na Avenida pintada de vermelho coube a luta por todas as liberdades. Como deve ser, com muitos sorrisos.
2. A nossa entrevista a Varoufakis. O ex-ministro das Finanças da Grécia também esteve ontem na nossa Avenida, ao lado de Rui Tavares e cercado por muitas câmaras de televisão. Mas foi ao PÚBLICO que deu uma entrevista. O título que a Maria João escolheu é só um ponto de partida para uma conversa cheia de actualidade: "O vosso Governo de esquerda tem uma dívida de gratidão para com a Grécia".
3. Banderas esteve sete meses na pele de Picasso. Antonio Banderas preparou-se “toda a vida” para este papel: fazer de Pablo Picasso, o espanhol mais famoso do século XX, na série da National Geographic dedicada aos génios. À conversa com a Isabel Salema, o actor espanhol falou sobre Picasso, sobre como foi representá-lo e sobre como as coisas estão a mudar em Hollywood, onde os latinos já não são só os maus da fita. Para ler, antes de ver.
4. Eis o mapa 3D mais completo da nossa galáxia: o catálogo do satélite Gaia inclui a posição de 1700 milhões de estrelas, a maioria na Via Láctea. Os cientistas portugueses envolvidos nesta missão desenvolveram ferramentas que permitem transformar a enorme massa de dados em imagens. A Teresa Firmino correu-o ao milímetro para nos contar tudo.

A agenda de hoje

Acaba o prazo para a entrega de moções ao congresso do PS, com António Costa a apresentar a sua às 18h00, no Largo do Rato. No dia em que são votadas as resoluções sobre o Programa de Estabilidade, num teste interessante à geometria parlamentar, o Bloco apresenta o seu pacote alternativo sobre Arrendamento Urbano - no mesmo dia em que o Governo aprova o seu em Conselho de Ministros. 
Lá por fora, em Frankfurt, o BCE volta às decisões sobre política monetária, esperando-se renovada moderação face ao crescimento mais brando da economia europeia no primeiro trimestre. Também na Alemanha, o Deutsche Bank está a anunciar uma revisão da sua estratégia, reduzindo significativamente o número de trabalhadores e de balcões.
Dito isto, deixo-o com "as linhas da liberdade", para nunca esquecer como se fez a revolução.
Basta isso para um dia feliz, verdade?
Dia bom! Até amanhã! 

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