sexta-feira, 15 de junho de 2018

Dador de sangue. Venham os idosos, os amantes de piercings e todos os que querem ajudar

ANDRÉ VINAGRE14/06/2018 12:00
As grávidas podem doar sangue? Quem tem tatuagens também? Hoje é o Dia Mundial do Dador de Sangue e o i esclarece algumas das dúvidas mais comuns
“A cada segundo, alguém, algures, precisa de sangue. Esteja lá para o próximo. Dê sangue. Partilhe a vida”. Este é o lema da campanha da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Dia Mundial do Dador de Sangue, que se celebra hoje.
Este dia começou a ser comemorado anualmente pela OMS em todo o mundo a partir de 14 de junho de 2005. A data não é aleatória: marca o dia do nascimento de Karl Landsteiner no ano de 1868. Landsteiner foi um médico e biólogo norte-americano, precursor das transfusões de sangue, que foi distinguido com o Nobel da Medicina e Fisiologia em 1930 pela classificação dos grupos sanguíneos.
Este dia tem como objetivo mostrar a importância de cada doação, para que o stock de sangue seja sempre suficiente antes de uma situação de emergência, já que o sangue não pode ser armazenado por um grande período de tempo, refere a OMS.
Onde dar Se quer doar sangue e não sabe onde se dirigir, o site dador.pt mostra-lhe, por datas, todos os locais onde o pode fazer, divididos por capitais de distrito. As caravanas do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), onde pode fazer as doações, estão em constante movimento pelo país e hoje, em Lisboa, pode doar sangue nos postos móveis do Parque das Nações, do Hotel Double Tree by Hilton, no Hospital Dona Estefânia, no Hospital São José e no Santa Maria, assim como na Webhelp, na Avenida D. João II. Há ainda o posto fixo da Avenida do Brasil. No Porto tem o SMAS, na Maia, e o posto fixo da Rua de Bolama.
Neste momento, e segundo o IPST, o tipo de sangue mais necessário é o B- e o AB-, que tem reservas de quatro dias. O O- e o A- têm reservas asseguradas entre quatro a sete dias, enquanto o tipo O+ tem uma reserva de 7 a 10 dias. As maiores reservas são as dos tipos B+, A+ e AB+, estando assegurados por mais de dez dias.
Quem pode doar? São apenas 450ml de sangue, não chega a meio litro. Doar essa quantidade de sangue não compromete a saúde do dador. Se este tiver no mínimo 50 quilogramas e 1,5m de altura então tem um volume total de sangue superior a 5 litros – o IPST garante que cada pessoa pode perder até 9% do volume total do sangue sem que se sinta mal.
Podem doar sangue todas as pessoas com boa saúde, hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 quilos e com mais de 18 anos A doação pode ser feita de quatro em quatro meses, no caso das mulheres, e de três em três, no caso dos homens.
A OMS dá exemplos de várias situações em que fazer uma doação de sangue pode mesmo ser, como a campanha indica, uma doação de vida. O sangue pode melhorar a saúde ou pode mesmo salvar a vida de mulheres que tenham complicações durante a gravidez, como hemorragias antes, durante ou mesmo após o parto, crianças com anemia resultante da malária e outras doenças, pessoas que tenham sofrido acidentes ou traumas ou em casos de doença como cancro, por exemplo.
Verdade ou Mito? Existe idade limite para doar sangue? As pessoas com diabetes não o podem fazer? As que tem tatuagens também estão proibidas? Existem muitas dúvidas e mitos que se foram espalhando relacionados com os dadores de sangue. Para acabar com isso, o IPST disponibilizou na Internet várias informações relacionadas com a doação que o ajudarão a perceber se pode ou não dar este passo.
Uma das ideias criadas é a de que pessoas com mais de 65 anos não podem dar sangue. Ora, segundo o instituto, isso não passa de uma ideia falsa: “Não há limite de idade para a dádiva de sangue. Os dadores com mais de 65 anos poderão dar sangue com autorização do médico do serviço de sangue”, lê-se no site. Os diabéticos também podem fazer uam doação, desde que “os valores da glicemia (açúcar no sangue) estejam normalizados e não esteja a fazer insulina”. Quanto às pessoas que receberam transfusões de sangue, desde que esta tenha sido realizada antes de 1980, pode continuar a dar sangue. “A implementação deste critério de suspensão da dádiva de sangue surge na sequência do risco de transmissão de uma variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vCJD), também designada por doença das vacas loucas”, explica o IPST.
E as grávidas? Podem dar sangue? A resposta é não – só o poderão fazer seis meses após o parto. “Em caso de interrupção da gravidez/aborto/gravidez ectópica antes das 12 semanas e sem perda significativa de sangue, poderá candidatar-se à dádiva de sangue, sendo avaliada pelo profissional que realiza a triagem clínica. Caso haja perda significativa de sangue nas circunstâncias anteriormente mencionadas, deve aguardar 6 meses para se candidatar à dádiva de sangue”, lê-se na página do IPST.
Um dos maiores mitos criados à volta da doação de sangue está relacionado com as tatuagens e os piercings. Há uns anos, surgiram notícias que Cristiano Ronaldo não fazia qualquer tatuagem para poder doar sangue, o que levou muitas pessoas a crer que estas marcas impediam a doação. Mas não é bem assim: se tem tatuagens ou piercings poderá doar sangue quatro meses depois de os fazer.   
E sim, o dador tem vários direitos, como o direito “à confidencialidade dos dados; ao reconhecimento público; a não ser objeto de discriminação; à isenção das taxas moderadoras no acesso à prestação de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nos termos da legislação em vigor; ao seguro do dador; à acessibilidade gratuita ao estacionamento nos estabelecimentos do SNS, aquando da dádiva de sangue e a ausentar-se das suas atividades profissionais pelo período de tempo necessário para a dádiva de sangue”.
Fonte: ionline

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